07 de janeiro de 2014 | N° 17666
EDITORIAIS ZH
O
vestibular do trânsito
Antes mesmo da divulgação dos resultados do vestibular da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), já há um reprovado certo: o
trânsito da Capital. Depois de uma capotagem de veículo ter forçado a opção por
15 minutos de tolerância já no primeiro dia, no Campus do Vale, ontem o
fracasso das providências adotadas pelas autoridades de trânsito levou a uma
postergação do horário em 20 minutos em Porto Alegre. Os vestibulandos e seus
familiares, já às voltas com tantas tensões, poderiam ter sido poupados desses
momentos de angústia, com o agravante de que nem mesmo quem madruga está
totalmente livre dos percalços.
É conhecida a rigidez da UFRGS na exigência de cumprimento
de horário por parte dos vestibulandos, muitos dos quais já perderam provas em
consequência até mesmo de segundos de atraso. Quando os engarrafamentos começam
a impor alterações constantes – embora, no caso, essas sejam imprescindíveis –,
o risco é de que os agendamentos de compromissos passem a ser encarados como
faz de conta, com prejuízo para todos.
Obviamente, o poder público tem grande parcela de
responsabilidade nesses casos, pois falhou ao não prever a necessidade de
infraestrutura compatível com o aumento do número de carros em circulação. O
drama se intensifica quando as autoridades de trânsito não conseguem impor um
mínimo de organização no caos permanente do tráfego. Mas a sociedade também
precisará colaborar de alguma forma, e não apenas em situações envolvendo um
aumento excepcional nos deslocamentos.