terça-feira, 29 de janeiro de 2019


29 DE JANEIRO DE 2019
ARTIGO

VAMOS FALAR SOBRE SAÚDE?

O Brasil vive o início de um período de quatro anos do governo Bolsonaro, que escolheu o deputado e médico Luiz Henrique Mandetta como ministro da Saúde, reacendendo expectativas de melhores dias para a população. De imediato, porém, devemos reconhecer a exata noção de que só com o crescimento da economia teremos mais recursos para a área da saúde, tanto no setor público quanto no privado. Uma boa gestão da economia é, portanto, fundamental e obrigatória.

Considerando a Constituição de 1988, que reconhece a saúde como "direito de todos e dever do Estado", é preciso lembrar que nos últimos 30 anos o país assistiu a 20 ministros da Saúde, revelando um paralelo de inconsistência de perfis com a deficiência na execução orçamentária da pasta.

É importante ressaltar que os 46% gastos pelo governo brasileiro são para atender às necessidades de cerca de 150 milhões de pessoas. Os demais 50 milhões buscam refúgio na saúde suplementar. Sendo assim, não dá para pensar em uma solução que não passe pela discussão conjunta entre as esferas pública e privada, mesmo que, nos últimos anos, as tentativas de conversas tenham se tornado inviáveis em função de viés ideológico, sem que se chegasse a nenhuma solução para os graves problemas de financiamento.

Está claro que a medicina tem sofrido um forte impacto na sua cadeia de gastos, principalmente por conta de modificações no perfil da população brasileira. Hoje, o envelhecimento da nação demanda zelo, pois vivemos mais e isso custa mais caro. O perfil epidemiológico também tem apresentado alterações significativas, com diagnósticos cada vez mais frequentes de doenças degenerativas, oncológicas, mentais e cardiovasculares. Tudo isso demanda a utilização de tecnologia inovadora, como tratamentos oncológicos personalizados, terapias com o uso de imunobiológicos, cirurgias minimamente invasivas e robóticas. Inevitavelmente, a conta cresce.

Médico, presidente da Unimed Participações nilsonlmay@gmail.com - NILSON LUIZ MAY

Nenhum comentário:

Postar um comentário