29 de novembro de 2016 | N° 18701Alerta
EDITORIAIS
O DRONE E O AVIÃOZINHO
Versão moderna do aviãozinho com a faixa Eles estão fora, que virou hábito no Estado sempre que um dos integrantes da dupla Gre-Nal fica para trás na etapa classificatória de alguma competição, o drone que sobrevoou o Beira-Rio no último domingo acrescentou um elemento preocupante na tradicional rivalidade: a reação insana do grupo que depredou uma residência nas proximidades do estádio, na suposição de que o objeto voador tivesse partido de lá. O aparato portava um pequeno cartaz com a letra B, evidente alusão a uma eventual queda do Inter para a Série B do Campeonato Brasileiro.
A “flauta” é tão antiga quanto a própria rivalidade, mas também não é raro que resulte em violência quando torcedores mais exaltados entram em confronto. Tanto é assim, que as autoridades responsáveis pela segurança tomam providências preventivas sempre que há clássico ou risco de conflito, às vezes até mesmo entre torcedores do mesmo clube.
Mas ninguém poderia prever que pessoas desequilibradas atacassem uma residência para depredar e agredir moradores, que nem sequer sabiam o que estava acontecendo no estádio. Mesmo que não tivesse sido um equívoco, como ficou constatado quando o dono da casa se revelou torcedor colorado, continuaria sendo um absurdo – e um caso de polícia, como efetivamente está sendo tratado.
Espera-se que os responsáveis pela selvageria sejam identificados e punidos. É essencial, também, que o triste episódio sirva de alerta não apenas para as autoridades, mas também para os próprios torcedores, independentemente de suas cores clubísticas, pois só eles têm poder para conjugar rivalidade com civilidade, e para manter a competição esportiva na sua devida dimensão.