02 DE DEZEMBRO DE 2017
OPINIÃO DA RBS
RISCOENERGÉTICO
Oultimato dado à CEEE- Distribuidora (CEEE- D) pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) pode desagradar aos defensores da manutenção da empresa como estatal, particularmente às corporações de servidores, mas não tem como ser simplesmente ignorado. Em respeito à parcela de um terço da população gaúcha atendida pela empresa, é preciso transparência em relação à sua realidade financeira, que, pelos dados disponíveis, gera preocupação.
Conforme o alerta feito pela Aneel, a CEEE-D precisaria fazer investimentos num total de R$ 2,6 bilhões até 2020 para garantir o cumprimento do acordo que permitiu a renovação de sua concessão. Além disso, terá que fechar as contas no positivo em 2018. Em 2017, o resultado deverá ser negativo, como já ocorrera no ano anterior. E, a partir de 2019, terá que garantir o pagamento dos juros da dívida.
Como a empresa não dispõe dos recursos necessários para esses compromissos, nem mesmo para garantir um mínimo de qualidade aos serviços prestados, a alternativa defendida pelo Piratini tem sido a sua privatização. Um projeto com esse objetivo se encontra em análise pela Assembleia, que hesita em enfrentar a questão com a objetividade exigida pelo caso.
Os consumidores não podem ficar sem um insumo básico como energia, em consequência da ineficiência geral registrada na empresa ao longo dos últimos anos. Esse é um debate do qual os gaúchos não têm como escapar, para não correrem o risco de serem acusados de leniência mais à frente.