25
de março de 2014 | N° 17743
PAULO
SANT’ANA
Há rastros do
avião
Foi
finalmente localizado o destino do voo que saiu da Malásia no dia 8 de março e
desapareceu. Com ele, 229 passageiros e tripulantes.
Até
ontem, ainda não haviam sido resgatados os destroços do avião que mudou de rumo
de repente, ia para Pequim e se dirigiu para a Austrália, caindo no Oceano
Índico.
Sonho
que não tenham sofrido os seus passageiros, embora é certo ter sido grande o
sofrimento do piloto e do copiloto nas horas em que foram cortadas todas as
comunicações a bordo, deixando a nave abandonada à própria sorte acima do mar.
E o
que, até ontem, tinha se tornado talvez o maior mistério da história da
aviação, depois de ontem, acabou num mistério maior ainda.
Por
causa dessas coisas, é que se contraria o dito de que avião é mais seguro que
automóvel. É que todo mundo acha, com razão, que é muito menos inseguro já
estar no chão.
Há
uma outra questão sobre ser mais perigoso viajar de avião do que de carro.
Acontece
que, se vou de carro daqui a Pelotas, tenho pelo menos certeza do meu destino.
Esse
avião malaio mudou de repente de destino, era para ser Pequim, virou para a
Austrália sem nenhuma explicação. E acabou mergulhando no mar. Deus queira que
os passageiros estivessem desmaiados pela despressurização, o que os
anestesiaria de qualquer sofrimento pela inconsciência, na hora da queda no
mar.
Pois
está este outono sempre desfeiteado por nós a realizar em todos os últimos dias
o milagre de uma estupenda estação.
Há
luminosidade do sol, são claros os dias de outono que estamos há quase uma
semana assistindo.
Dificilmente
haverá nos próximos anos um outono como este, gravem-no em suas memórias, é um
outono sensacional.
Encorajo-me
até a viver mais proveitosamente neste outono. Ele me promete novas amizades e
grandes novidades para esta vida de mesmice que vinha me assolando.
Com
um outono como este, não tenho mais qualquer dúvida: eu vou depressa botar o
meu bloco na rua!
Que
outono!
Mesmo
desprezado historicamente o outono, bastaria que se dedicasse a ele ser a
estação que foi designada para ser uma prévia da primavera para tê-lo como
bem-vindo.
Mas
reconheço que o outono leva uma vantagem de surgir sempre promissor logo que
cessa o sufoco do verão.
E
pelas estações astronômicas (não as meteorológicas), eu faço aniversário no
outono: 15 de junho.
Pela
estação meteorológica, faço aniversário na primavera.