07 DE JUNHO DE 2018
CINEMA
Nos trilhos das mercadorias e dos sonhos
Baseado no livro homônimo do diretor Licínio Azevedo, porto-alegrense que vive há 30 anos na África, o longa Comboio de Sal e Açúcar (2016) estreia hoje em circuito nacional. Em Porto Alegre, estará em cartaz no Espaço Itaú e no Guion Center. Ambientada em Moçambique durante a guerra civil, a produção mostra as histórias de vida em um trem que liga Nampula, província no norte do país, ao Maláui. O perigoso trajeto é frequentado por pessoas que arriscam suas existências para tentar sobreviver da troca de sal por açúcar no país vizinho.
É nesse cenário que está a jovem enfermeira Rosa (Melanie de Vales Rafael), a caminho de um hospital onde trabalhará. Ela encontra o tenente Taiar (Matamba Joaquim), que tem como missão conduzir todos a salvo. O desafio é complicado pelas sabotagens ocorridas na linha do trem. Entre os personagens, também se encontram a viajante Mariamu (Sabina Fonseca) e o soldado Salomão (Thiago Justino), que não se dá bem com Mariamu.
O filme é uma produção da Ukbar Filmes (Portugal) em coprodução com Ebano Multimídia (Moçambique), Le Films de LÈtramger (França), Urucu Media (África do Sul) e Panda Filmes (Brasil). A distribuição no Brasil é feita pela Livres Filmes.
Alternando documentários e filmes de ficção em uma produção que já soma cerca de 40 títulos, o diretor Licínio Azevedo integra uma geração formada no Instituto Nacional de Cinema de Moçambique após a independência do país, tendo como mestres Godard, Ruy Guerra e Jean Rouch. Um de seus livros, sobre a guerra civil, motivou o longa de ficção Tempo de Leopardos. Seu filme de ficção anterior, Virgem Margarida, foi selecionado em mais de 15 festivais internacionais e recebeu mais de 10 prêmios.
Comboio de Sal e Açúcar foi premiado no Pan African Film & Arts Festival, em Los Angeles. Com a láurea, Azevedo soma três prêmios de direção, incluindo o 38º Festival Internacional de Cinema do Cairo e o Festival Africano de Khouribga, no Marrocos. O longa também conquistou o Tanit de Ouro para melhor longa de ficção no Festival de Carthage, na Tunisia. No Festival de Cinema de Joanesburgo, foi premiado como melhor filme e, no Festival de Locarno, foi o vencedor do Boccalino d?Oro de melhor produção.
Adaptações nas viagens para fora
A disparada do dólar não é uma notícia que anima brasileiros com viagens ao Exterior. A quem não pode extrapolar nos gastos lá fora, especialistas recomendam cautela. Revisar a programação de atividades pode dar alívio ao bolso.
- É importante ter planejamento. Um roteiro feito antes da viagem ajuda a encontrar atividades próximas umas das outras e, assim, economizar com transporte. Há locais como museus, com entrada gratuita em determinados dias na semana - indica o educador financeiro Adriano Severo, professor da QI Faculdade e Escola Técnica.
O especialista acrescenta que o cartão de crédito deve ser usado com prudência - está sujeito a imprevisibilidade porque seus gastos são convertidos pelo valor do dólar no dia do vencimento da fatura. Além disso, há o impacto dos 6,38% do Imposto sobre Operações Financeiras.
No dólar em espécie, o tributo é menor, de 1,1%. Existe o risco de perda ou roubo durante a viagem. Conforme Severo, quem deseja levar a moeda física para fora do país, se houver tempo hábil, deve comprá-la aos poucos.
- Se toda a compra é deixada para a última hora, pode ocorrer uma alta capaz de tornar inviável a viagem - reforça o especialista. Severo lembra que eleições elevam incertezas na política e na economia. Por isso, diz, não há como afirmar se a opção mais adequada é aguardar pela definição das urnas antes de visitar outros países.
- Não há como prever o melhor momento para viajar. O resultado das eleições pode, inclusive, causar novas altas no dólar - complementa.