quinta-feira, 20 de março de 2014


20 de março de 2014 | N° 17738
EDITORIAIS Zh

O pedágio inviabilizado

Se a Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) já se constituía num equívoco desde sua origem, a decisão da Assembleia Legislativa de instituir tarifa única para veículos que passam mais de uma vez no mesmo dia por praças de pedágio complica ainda mais uma equação difícil de ser resolvida.

As alegações oficiais para justificar a criação de mais uma estatal concentravam-se justamente na oferta de bons serviços a preços mais acessíveis. Diante da inevitável queda das receitas com a decisão dos parlamentares, essa argumentação está ameaçada de perder o sentido, já que agora pode ocorrer até mesmo uma elevação no preço da tarifa.

Não foram poucos os alertas feitos para os riscos oferecidos pela criação de uma empresa estadual para gerir os pedágios comunitários. O Piratini se comprometeu em operar com o mínimo de estrutura e de custo e com o máximo de eficiência, até mesmo porque esse foi um compromisso de campanha do governador Tarso Genro. Ainda assim, é difícil imaginar que uma alternativa como essa possa competir em condições de igualdade com o setor privado.

Desde que atuem com regras claras e sejam fiscalizadas com rigor, as concessões têm condições de oferecer resultados bem mais próximos dos esperados pelos usuários. Por isso, as decisões nessa área deveriam se pautar sempre por critérios objetivos, sem motivações políticas.


Quando uma questão dessa importância é politizada, quem mais perde é a população. O Legislativo, no qual o Executivo não tem maioria, também resolveu faturar prestígio junto aos usuários, fazendo-os pagar menos e encurtando as receitas da EGR. Com uma perda dessas, não há como a empresa se manter. A questão, por isso, precisa ser repensada, antes que o impasse vá para a Justiça e resulte em maior precariedade das rodovias e em prejuízos para todos.