sexta-feira, 7 de março de 2014

Jaime Cimenti

A maior aventura de todos os tempos

Papillon - O homem que fugiu do inferno, romance clássico moderno que se tornou símbolo de coragem e emoção, segundo a lendária revista The New Yorker, foi lançado na França em 1969 e tornou-se best-seller internacional. A história da fuga de um homem inocente, de um presídio terrível de onde ninguém escapara, foi considerada uma das maiores aventuras de todos os tempos e segue encantando leitores mundo afora. Henri Charrière, o autor, foi militar na Marinha francesa.

Após entrar para a reserva, passou a praticar pequenos golpes em Paris, até ser acusado de assassinato e mandado para um presídio na Guiana Francesa, onde conheceu outros condenados que foram incluídos na trama do livro, publicado mais de duas décadas após sua fuga. Na história, praticamente toda autobiográfica, Henri Charrière, apelidado de Papillon por ter uma borboleta tatuada no peito, é condenado à prisão perpétua por um assassinato que não cometeu.

É mandado da França para uma colônia penal na Guiana. Lá só pensa em fugir. Quarenta e dois dias depois de chegar na Guiana, faz a primeira tentativa de fuga. Atravessa mais de 1,5 mil num bote, em mar aberto. Recapturado, é enviado para a solitária e, eventualmente, para Ilha do Diabo, de onde ninguém jamais escapou. Homem que não se deixou vencer, faz sua tentativa final e escapa em direção à Venezuela. Lá, casa e vive em Caracas, onde abre um restaurante.

Morre na miséria, após gastar todo o dinheiro ganho com a publicação do livro na produção de um filme que foi fracasso de bilheteria. Em 1980, sete anos depois de sua morte, o livro ganha nova adaptação para o cinema, com Steve McQueen no papel principal e Dustin Hoffmann no papel de Louis Dega, o falsário que se torna amigo de Henri no cárcere. 

A escrita ágil, impressionante e realista é dessas que prendem o leitor desde a primeira página. A perseverança, a força de vontade e o magnetismo do protagonista, não por acaso, deram à narrativa um lugar de destaque na literatura contemporânea. Os julgamentos do tempo e dos leitores, os que mais interessam, mostram que Papillon, 45 anos depois de publicado, permanece, por sua riqueza de conteúdo e de forma, tão inspirador. Bertrand Brasil, 728 páginas, tradução de Mário Varela Soares, mdireto@record.com.br.