14 DE FEVEREIRO DE 2018
FUNDADOR DO WIKILEAKS
Reino Unido mantém mandado de prisão contra Julian Assange
A Justiça britânica rejeitou ontem, mais uma vez, o pedido de retirada do mandado de prisão de Julian Assange, fundador do WikiLeaks. O tribunal londrino de Westminster, que havia julgado o mandado válido no último dia 6, considerou que sua manutenção "não fere o interesse público", como alegava a defesa de Assange em recurso.
O australiano de 46 anos se refugiou em junho de 2012 na embaixada do Equador, localizada no bairro de Knightsbridge, para evitar a extradição à Suécia, onde era acusado desde o final de 2010 de estupro e agressão sexual - ele nega. Assange teme, caso seja preso, ser extraditado e julgado nos Estados Unidos pela divulgação, em 2010, de milhares de segredos militares e documentos diplomáticos americanos.
O Ministério Público sueco arquivou o caso em maio de 2017, mas, na semana passada, a juíza Emma Arbuthnot, do tribunal britânico, decidiu que o pedido de detenção ainda é válido, porque a determinação foi proferida após Assange violar condições de sua liberdade sob fiança:
- Considero que a prisão é resposta proporcional, mesmo que Assange restrinja sua própria liberdade há vários anos.
Na esperança de chegar a uma solução para o enigma jurídico e diplomático, o Equador concedeu a nacionalidade equatoriana ao fundador da WikiLeaks, com a ideia de que a imunidade lhe permitiria deixar a embaixada. Mas o Reino Unido recusou-se a conceder-lhe status diplomático.
Na semana passada, o Equador garantiu que continuaria a proteger Assange "enquanto sua vida estiver em perigo" e que seguiria buscando com o Reino Unido uma "solução satisfatória para ambos os países e respeitosa aos direitos humanos". A situação de Assange tornou-se "uma pedra no sapato" da nação latino- americana, segundo seu presidente Lenin Moreno, que herdou o problema de seu antecessor e agora inimigo Rafael Correa.