01 DE MARÇO DE 2018
+ ECONOMIA
SINAL DE ALERTA NO HORIZONTE DA REAÇÃO
Resta pouca dúvida de que a economia se descolou do tumultuado cenário que combina política, investigações, segurança pública e a improvisada intervenção federal no Rio de Janeiro. Mas por mais que o IBGE atribua à sazonalidade o recrudescimento do desemprego subiu de 11,8% no trimestre encerrado em dezembro para 12,2% no período até janeiro de 2018 , não era o que se esperava. Mesmo quem sabe que janeiro é mês de desligamento de temporários, a expectativa era de taxa em 12%.
Sabe-se que o desemprego é o último dos indicadores a apresentar melhoras depois de uma recessão longa e profunda como a enfrentada pelo Brasil. Mas se houvesse tanta confiança, uma parcela maior de temporários seria retida, e o desemprego manteria sua trajetória de despiora lenta e gradual. O pouco avanço que houve nos meses anteriores é baseado em empregos informais. O volume de vagas com carteira assinada segue em queda e agora só 33,3 milhões de brasileiros trabalha sob a CLT.
Nesse ponto, a indefinição da Justiça do Trabalho sobre o tratamento que será dado à reforma trabalhista impede que os esperados efeitos das mudanças alcancem o mercado. As dúvidas são tantas que o novo presidente do Tributal Superior do Trabalho (TST), João Batista Brito Pereira, achou relevante informar ao tomar posse, na segunda-feira, que a reforma será cumprida.
Ainda há muitas dúvidas sobre o efeito concreto das mudanças. Vão, de fato, criar postos de trabalho que robusteçam a renda e, em sequência, consumo e produção, ou acentuarão a precariedade no mercado de trabalho? Mas ao menos para que permitir um diagnóstico, é preciso saber o que vale e o que não vale. Há dúvidas até agora, mais de quatro meses depois da aprovação. Apesar de afirmar que a prioridade do TST é implantar a nova regra, Brito Pereira avisou que isso depende de avaliação de uma comissão montada para analisar a lei. Pediu paciência. Seria conveniente pensar nos 12,3 milhões que buscam uma vaga.
em dia de baixa expressiva para padrões de nova york, de 1,5%, a bolsa brasileira passou do limite da correção ao fechar com queda substantiva de 1,8% ontem, mas fevereiro ainda teve alta acumulada de 0,5%.
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