Donald Trump retorna à Casa Branca hoje cercado de expectativas sobre suas ações frente à presidência dos Estados Unidos pela segunda vez. Pudera, desde a campanha eleitoral, promessas não faltaram. Elas, por si só, mexem com a economia global e respigam, claro, no Brasil - inclusive no Rio Grande do Sul, que tem o território americano como o segundo maior destino de exportações. Em tempo, o primeiro destino das exportações gaúchas é a China, um dos alvos preferenciais de Trump. Ou seja, o cenário requer atenção.
Apesar disso, há pouca certeza sobre a concretização de tudo que o novo presidente americano vem anunciando. Na avaliação do diretor de Políticas Públicas e Relações Governamentais da Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham), Fabrizio Panzini, é preciso aguardar para se ter clareza de como virão as medidas, quais impactos terão e a quem causarão efeitos, sem deixar de ter em vista a consolidação das relações comerciais do Brasil.
A consolidação, aliás, é um dos motivos que o faz avaliar que mesmo a guinada de grandes empresas, como as gigantes de tecnologia, em acenos a Trump não deve mudar agendas que já estejam pacificadas, como a ambiental - foco de diversos investimentos no Rio Grande do Sul e outro fator a ser observado.
- Acredito que seja muito difícil uma regressão, porque as empresas já estão fazendo investimentos muito altos em pesquisa e desenvolvimento. As tecnologias de transição energética, que estão se desenvolvendo em todo o mundo, estão sendo adotadas pouco a pouco, em alguns casos até em uma escala mais acelerada - disse Panzini ao programa Acerto de Contas, da Rádio Gaúcha.
- Além disso, me parece muito difícil você regredir numa agenda como essa sem perder espaço internacional, sem deixar de ser relevante como são os Estados Unidos. Principalmente, em um cenário em que várias empresas de lá mesmo já deram sinais muito claros de que vão continuar seguindo - complementa.
Dólar
Outro ponto sensível a ser levado em conta é o câmbio. Depois de flertar com um patamar abaixo dos R$ 6, na sexta-feira, o dólar fechou a R$ 6,06, influenciado especialmente pelas expectativas quanto ao novo presidente dos Estados Unidos. Ou seja, essa variável deve impactar a equação ainda mais nos próximos dias.
- Essa perspectiva de fortalecimento da economia americana, mais ainda o tema dos juros (o FED, banco central de lá, já sinalizou que deve pisar no freio quanto ao corte de juros) tem atraído investidores para eles. Nisso, você acaba tirando dólares de países como Brasil - frisa Panzini.
Ainda assim, o diretor da Amcham pontua a força dos problemas domésticos do Brasil - leia-se a discussão sobre cortes de gastos e a crise de confiança quanto à economia. Segundo ele, se o país conseguir lidar com as variáveis internas pode amenizar as possíveis externas:
- É uma mescla de fatores internos e externos. Mas na parte da economia internacional não há muito como prever, porque há muita incerteza. Seja em relação às políticas que vão vir dos Estados Unidos, seja em relação aos conflitos internacionais, no Oriente Médio ou entre Rússia e Ucrânia. Então, é preciso focar esforços naquilo que podemos controlar. _
Confiança do comércio
A oscilação em relação a novembro foi de -3%, quando estava em 108,4 pontos. Isso ocorre após três altas seguidas em um movimento de recuperação pós-cheia. De junho a agosto, o índice esteve abaixo dos 100 pontos, repetindo os patamares da pandemia, o que representa pessimismo em relação ao cenário.
Os dados foram coletados em Porto Alegre no final de novembro, às vésperas da melhor data de vendas do ano, que é o Natal. Em compensação, em um contexto de dólar e juros em alta, com indícios de elevação da inflação. A queda de 4,4%, em relação a novembro, nas expectativas dos comerciantes com o cenário econômico, inclusive, que é um dos subíndices do estudo, ajudou a puxar o resultado para baixo.
Clássico do Bom Fim irá para espaço três vezes maior
- Vamos sair de um espaço de 20 m2 para um de 70 m2, para termos mais conforto para o público e para trabalhar - conta o sócio Ildo Berte, figura conhecida da Capital, pela sua história como garçom da Lancheria do Parque.
O investimento é de R$ 200 mil. O espaço está em reformas e a ideia é ter um balcão, bancadas e mesas. Com maior capacidade, o cardápio também deve crescer, assim como os horários de funcionamento.
- Muita gente nos pede para funcionar à noite. Também estamos pensando em abrir no sábado, oferecer feijoada, que é uma opção que não temos aqui por perto - complementa, citando que ainda avalia em quanto precisará aumentar a equipe do negócio, que tem cinco pessoas atualmente.
As obras do novo local são assinadas pelo escritório Urbanode. A divulgação tem sido feita com QR codes fixados em postes da região para mostrar ao público um pouco do que está sendo planejado. A estratégia de marketing é ideia do filho de Ildo, que atua na área.
40,2%
Mais de 3,558 milhões de pessoas estavam inadimplentes no Rio Grande do Sul em novembro, o dado mais recente do Mapa da Inadimplência da Serasa. O número representava 40,2% da população adulta gaúcha e é 2% a mais do que o registrado em outubro, com 3,486 milhões. Ainda assim, o RS era o terceiro
Estado com menor percentual, atrás do Piauí (35,9%) e Santa Catarina (35,4%). O Amapá liderava a lista. O valor médio da dívida por gaúcho nessa situação era de R$ 5.786,80 no penúltimo mês do ano - pouco acima da média nacional, em R$ 5.558,30. No recorte de Porto Alegre, eram mais de 511 mil inadimplentes que, juntos, deviam mais de R$ 3,5 bilhões.
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