quinta-feira, 30 de janeiro de 2025



30 de Janeiro de 2025
GPS DA ECONOMIA - Marta Sfredo

Para evitar surpresa, Copom reitera nova pancada

Na primeira reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) comandada pelo novo presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, surpresas estavam proibidas. Veio a esperada alta de 1 ponto percentual, o que levou o juro básico no Brasil para 13,25%. Entre os motivos do choque de juro em progresso, além dos riscos fiscal e inflacionário, está o prêmio da incerteza sobre a condução de um indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Tudo o que Galípolo precisa fazer agora é alinhar expectativas, o que significa não causar espanto.

Essa circunstância já estava prevista em 11 de dezembro, quando o BC anunciou um choque de juro ao adotar a pouco usual iniciativa de antecipar duas decisões de doses ainda menos usuais de 1 ponto percentual a mais no juro básico.

Uma foi entregue agora, outra igual deve vir em 19 de março, como o comunicado da decisão reiterou: "em se confirmando o cenário esperado, um ajuste de mesma magnitude na próxima reunião". Para além, o Copom avisou que vai definir o juro com "firme compromisso de convergência da inflação à meta". Com projeção de inflação em alta, a perspectiva é de novas altas mesmo depois dos 14,25% de março.

Inflação em alta é risco

E tudo foi entregue como esperado, inclusive o tom ainda mais duro em relação à inflação, mesmo com o dólar em R$ R$ 5,866, abaixo dos R$ 5,968 em que estava cotado naquele 11 de dezembro em que se decidiu por um tranco monetário. E um alerta: "a percepção dos agentes econômicos sobre o regime fiscal e a sustentabilidade da dívida continua influenciando, de forma relevante, os preços dos ativos e as expectativas do mercado."

O Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) manteve a taxa de juro. Nem mesmo da entrevista do presidente do Fed, Jerome Powell, veio alguma sinalização de mudança:

- Vamos ver quais serão as implicações para economia da aplicação de tarifas, de políticas de imigração e fiscal para agir. _

Hotel de Gramado não aceita mais crianças

A partir desta semana, Gramado terá uma opção de hospedagem voltada apenas ao público com 14 anos ou mais, categoria que inclui adolescentes e adultos.

O Wood, que existe desde 2018 e pertence ao grupo Casa Hotéis, vai deixar de receber crianças para ampliar o foco em atender casais, grupos de amigos e viajantes solitários.

O grupo Casa Hotéis vai continuar recebendo famílias com crianças em Gramado em dois outros estabelecimentos, o Casa da Montanha e o Petit Casa da Montanha.

Ainda como parte do novo capítulo, o Wood deve ganhar um cardápio assinado por um cozinheiro "mundialmente conhecido e premiado", conforme o diretor de marketing do grupo Casa Hotéis, Rafael Peccin. O empreendimento fica perto do centro de Gramado e tem 28 unidades. _

As prioridades de empresas para 2025

A digitalização e a inteligência artificial estão, claro, no foco de grandes empresas, mas o fator humano segue bem à frente, conforme a sondagem As prioridades da alta liderança para 2025, da ANK Reputation, resultado de consulta a 117 líderes de empresas.

Ainda segundo a pesquisa, os três maiores riscos corporativos deste ano são insegurança cibernética e de tratamento de dados (69%), má conduta e comportamento antiético de lideranças e colaboradores (47%) e questões regulatórias e de conformidade (38%). _

O que está em foco

Desenvolvimento de pessoas, retenção de talentos e/ou sucessão | 68%

Atualização tecnológica e de processos produtivos | 43%

Transformação digital | 40%

Reputação e marca | 35%

Processos de M&A e/ou busca de investidores | 28%

Reestruturação para "arrumar a casa" | 26%

Governança e compliance | 22%

Relações institucionais e governamentais | 16%

Estratégia e ações ESG | 15%

Política e treinamento para gestão de riscos e crises | 6%

Melnick estreia em São Paulo com projeto de R$ 700 milhões

A bordo de um projeto de R$ 700 milhões, a Melnick desembarca em São Paulo. A estreia no maior mercado imobiliário do país será em parceria com a Even, incorporadora que é referência em projetos de alto padrão da capital paulista.

- Entramos em São Paulo com esse projeto com a Even, mas há possibilidade de fazer parceria com outras empresas - disse Leandro Melnick, CEO da empresa gaúcha, que sai do conselho de administração da Even por ter esse plano.

O Projeto Harmonia, empreendimento de alto padrão no bairro Vila Madalena, tem valor geral de vendas de R$ 700 milhões. São 80 unidades, cada uma com cerca de 355 m2, em 40 andares.

A coluna quis saber se a nova parceria é fruto de estratégia ou oportunidade, o empresário respondeu que é um pouco de cada:

- É uma estratégia operar fora de Porto Alegre com um parceiro, em mercados que conhecemos bem, como em SC e PR. Agora, surgiu essa oportunidade. Entendo o mercado em SP, sei onde investir. O terreno na Vila Madalena foi comprado quando eu era o CEO da Even.

Um dos motivos da parceira, detalha Leandro, é o fato de a Melnick estar muito capitalizada, uma exceção no setor:

- Temos mais capital do que mercado em Porto Alegre, temos sobra de caixa.

Outro envolve uma coincidência: o anúncio oficial foi feito no dia de mais uma pancada no juro, o que dificulta negócios.

- O juro alto faz o mercado ficar menor. A classe média e média alta enfrentam seríssimos problemas. As vendas ocorrem na baixa ou na alta renda. Como a Melnick é uma empresa conservadora, que quer se manter saudável, não dá para lançar produto em Porto Alegre forçando o mercado - resume Leandro. 

GPS DA ECONOMIA

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