sexta-feira, 31 de janeiro de 2025


Espaço aéreo de Washington é um dos mais complexos dos EUA

O espaço aéreo na região de Washington, onde ocorreu o choque entre o avião da American Airlines e o helicóptero Blackhawk das forças armadas, é um dos mais complexos dos Estados Unidos. São vários os motivos:

O tráfego é muito intenso na área. Além do Aeroporto Nacional Ronald Reagan, que recebe voos domésticos, há outros dois grandes terminais na região, entre eles o internacional Dulles.

Além de voos comerciais, há muito tráfego de aeronaves militares, com helicópteros das forças armadas e da Guarda Civil, que costumam utilizar como rota o Rio Potomac. Voam baixo, na linha de aproximação e decolagem dos voos comerciais.

Há ainda várias bases aéreas na região e o Pentágono, a sede do Departamento de Defesa dos EUA. Por fim, zonas de exclusão aérea devido aos prédios sensíveis como a Casa Branca, o Capitólio e o Pentágono.

Tudo isso exige bastante dos pilotos e do controle aéreo, que operam em diferentes frequências de rádio. 

Expedição ao redor da Antártica deve se encerrar hoje

A Expedição Internacional de Circum-navegação Costeira Antártica deve chegar hoje ao Porto de Rio Grande, no sul do Estado. Foram percorridos mais de 27 mil quilômetros ao redor do continente gelado. Os exploradores partiram do Brasil no dia 23 de novembro de 2024.

A missão foi coordenada pelo professor Jefferson Simões, da UFRGS. Ele liderou os quase 60 pesquisadores de sete nacionalidades diferentes, que por três meses navegaram a bordo do navio quebra-gelo Akademik Tryoshnikov.

- A circum-navegação marcou uma nova fase das atividades da comunidade científica brasileira nas regiões polares. Isso mostra o nosso protagonismo nos fóruns internacionais antárticos, o crescimento da presença brasileira e, em destaque, a presença gaúcha - explicou à coluna.

Na tripulação estão pesquisadores de Argentina, Brasil, Chile, China, Índia, Peru e Rússia. São 27 brasileiros vinculados ao Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia da Criosfera (INCT) e a projetos do Programa Antártico Brasileiro (Proantar/CNPq).

- Nossa missão explorou novas áreas da Antártica, a partir do ponto de vista brasileiro. O Brasil nunca havia feito uma participação na Antártica Oriental, e isso mostra que a comunidade científica brasileira tem a capacidade de organizar, não só cientificamente, mas logisticamente, as suas missões - completou. _

O acordo possível

Apesar da fragilidade, o acordo de cessar-fogo entre Israel e o grupo terrorista Hamas, com todos os seus problemas e limitações, tem funcionado.

Com a libertação dos oito reféns ontem, já são, no total, 15 cativos que estavam nas masmorras de Gaza que conseguiram voltar para suas casas. No primeiro grupo, libertado no domingo, dia 19, eram três mulheres. No segundo, no último sábado, outras quatro. Entre os oito de agora, estão o primeiro homem, Gadi Mozes, e a soldado Agam Berger, que Israel precisou exigir provas de vida ao Hamas ao longo da semana.

A cada libertação, há uma coreografia encenada pelos terroristas para demonstrar força - homens com máscaras e fuzil em punho. Em geral, os reféns são passados das mãos do Hamas para a Cruz Vermelha, em meio a uma multidão. A confusão claramente coloca em risco a segurança dos cativos.

Em Gaza, milhares de civis palestinos estão retornando para o Norte, para o que sobrou de suas residências. Muitos encontram apenas escombros.

Libertar prisioneiros palestinos condenados por ataques em Israel traz um gosto amargo para israelenses e o repúdio das alas mais conservadoras. Mas vale lembrar que esse é o acordo possível. Em uma região marcada pelo sangue, seu cumprimento já é algo a ser celebrado. _

Entrevista - Michele Prado - Coordenadora do Stop Hate Brasil

"Há escalada de radicalização online"

A organização não governamental Stop Hate Brasil identificou 125 bandas neonazistas no país, quatro delas no RS. À coluna, a coordenadora do trabalho, Michele Prado, comenta o aumento do extremismo.

Como vocês chegaram a quatro bandas no RS?

Identificamos quatro por enquanto. Digo por enquanto porque há 47 que ainda não conseguimos identificar o local de origem. No total, mapeamos 125 bandas neonazistas no Brasil. Ontem, localizei mais uma no Rio Grande do Norte. É um trabalho de longo prazo, pode ser que surjam novas e que apareçam novos Estados.

Já foram mais bandas no RS?

Temos uma lacuna de dados confiáveis e verificáveis em relação ao extremismo, especialmente violento, racial e etnicamente motivado, que é o neonazismo. Os dados que circulam, segundo os quais haveria mil células nazistas, muitas concentradas na Região Sul, não têm base verificável. São números fictícios. Há operações policiais no Sul, mas também no interior do Pará, em Rondônia, Minas Gerais e Bahia, por exemplo. Em relação às bandas, São Paulo se destaca, concentrando grande número (45) e uma rede bem estruturada. Há indivíduos neonazistas que operam essa subcultura desde os anos 1990, que têm selo fonográfico, casas de evento e sites. Não é algo marginal, é estruturado.

Elas se conectam?

Sim, fazem álbuns em conjunto, usam vários pseudônimos, criam múltiplas bandas e gravam muitos álbuns não só com outras bandas neonazistas brasileiras, mas também internacionais. Identificamos 140 álbuns com bandas neonazis de 35 países.

O objetivo é recrutar jovens?

Principalmente jovens, que estão mais vulneráveis. Mas há pessoas de todas as idades. Na liderança, há muita gente com mais de 40 anos. Quando escutam as músicas juntos, têm uma sensação de pertencimento. Usam muitos canais no ambiente digital.

Como vocês pressionam as plataformas para que removam os conteúdos?

Muitas músicas ainda estão ativas. Estamos tentando uma reunião com Spotify. Inclusive uma das bandas tem selo de artista verificado. Esse indivíduo tem cinco bandas neonazistas e vai tocar em dois festivais neonazistas na Argentina e na Itália nos próximos meses. No YouTube, há mais ainda. O Telegram é pouco colaborativo. Discord melhorou bastante as políticas de segurança. O X está bem difícil. A Meta era colaborativa, hoje, com as mudanças em suas políticas, não sei. Há escalada de radicalização online, principalmente entre crianças e adolescentes. É uma epidemia global.

Como está o monitoramento do antissemitismo?

O antissemitismo é a porta de entrada para a radicalização. Na semana passada, houve um atentado em uma escola nos EUA cometido por um adolescente negro. Ele deixou um manifesto antissemita. Antissemitismo, racismo, é crime imprescritível e inafiançável. Se a pessoa proferir esse discurso hoje, se gravar um disco neonazi, racista, antissemita, daqui 10 anos ela pode ser processada. Precisamos com urgência de regulamentação online específica sobre extremismo violento e terrorismo online. _

INFORME ESPECIAL 

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