Os resultados da economia do RS na reta final de 2024
A atividade econômica gaúcha chegou a novembro de 2024 - o dado mais recente - com crescimento de 0,27% em relação a outubro. Foi o terceiro mês consecutivo de avanço, todos eles tímidos como o mais recente. O acompanhamento é feito pelo Índice de Atividade Econômica Regional do Rio Grande do Sul (IBCRRS), calculado pelo Banco Central (BC) e que pode ser considerado uma prévia do PIB.
Esse resultado nos coloca 0,4% à frente do período anterior à enchente de maio, mas ainda está em patamar menor do que em julho, quando o Estado demonstrou retomada mais acelerada.
Os três grandes setores da economia, avaliados mensalmente pelo IBGE, e usados como base no cálculo do BC, tiveram desempenhos mistos. Indústria e serviços recuaram, enquanto o comércio avançou.
A produção da indústria gaúcha recuou 0,8% em novembro, quando comparada com o mês anterior. Foi a terceira queda seguida, em um semestre marcado por resultados alternados.
O recuo também foi um pouco mais acentuado que o nacional, de 0,6%. Nos últimos 12 meses, apesar disso, enquanto o país avança 3%, a indústria do Rio Grande do Sul tem queda acumulada de 0,4%.
Já o volume de vendas do comércio emendou nova alta, de 0,5% em novembro sobre outubro de 2024. O desempenho é reflexo do aquecimento verificado nos últimos meses do ano, puxados por Black Friday e antecipação de compras do Natal. Em 12 meses, tem elevação de 7,6%.
No comércio varejista ampliado, que inclui veículos, motos, partes e peças; material de construção; e atacado de produtos alimentícios, bebidas e fumo, o volume de vendas registrou queda de 1% no penúltimo mês do ano, levando o acumulado de 12 meses a moderar a alta, em 8,1%.
Por fim, o volume de serviços gaúcho caiu 1,5% em novembro, depois de emendar duas altas seguidas - 5,1% em outubro e 3,5% em setembro. Com isso, o acumulado em 12 meses, agora, vai a -6,8%. _
Venda de materiais
Não à toa, para 69,5% dos consultados, a procura está baixa. Apesar disso, 42% dizem que as vendas estão semelhantes ao ano passado, enquanto mais de um terço percebe queda.
O gasto médio tem ficado em R$ 203, sem considerar livros didáticos. Praticamente oito em cada dez consumidores têm parcelado compras no cartão. A opção é seguida pelo débito (11,9%) e Pix (5,1%).
Um recorte curioso é que 61% dos consumidores demonstraram preferência pela compra em lojas físicas, o que contrasta com o debate do varejo atualmente, para fazer os clientes voltarem aos estabelecimentos. _
Entrevista Claudio Souza - Presidente do Sinditur Serra Gaúcha
"O gaúcho foi o primeiro e depois o paulista a nos visitar aqui"
As festas de final de ano eram momento de grande expectativa para o turismo da Serra Gaúcha, por serem a primeira grande "prova" após a reabertura do aeroporto, em outubro. Nela, o setor pode dizer que foi bem, segundo o presidente do Sindicato da Hotelaria, Restaurantes, Bares, Parques, Museus e Similares da Região das Hortênsias (Sinditur Serra Gaúcha), Claudio Souza. Entre os acertos, ele apontou ao programa Acerto de Contas, da Rádio Gaúcha, a volta do Natal Luz, em Gramado, às ruas do centro da cidade.
Como avalia o fim de ano?
Sabíamos que perderíamos a janela de vendas (de passagens e pacotes), que tradicionalmente vai até setembro, em razão do aeroporto, mas, ao mesmo tempo, tivemos grandes acertos, como levar o desfile do Natal Luz para o centro novamente. Podemos dizer que foi uma grande recuperação, não apenas pelos feriados, mas desde novembro, todo o mês de dezembro. Sim, Natal e Réveillon realmente nos deram uma ocupação altíssima (de hotéis), parecida com os anos anteriores, com quase 100%.
Os turistas que vieram eram gaúchos ou a ocupação veio de fora do RS?
Temos uma ferramenta que nos ajuda a medir isso. O gaúcho foi o primeiro e depois o paulista a nos visitar aqui. Tivemos grande queda do nosso fluxo vindo do Nordeste em razão da malha aérea, mas acreditamos que, daqui para frente, consigamos recuperar.
A expectativa para 2025, com dólar alto, é atrair mais turistas que deixam de ir ao Exterior?
Quem pode viajar, vai fazer isso com o dólar a R$ 5, R$ 6 ou R$ 7. Continua indo ao Exterior. Então, não vejo que seja tão benéfico para nós. Isso encarece as passagens aéreas, encarece o transporte, não é bom. Precisamos de uma economia estável. É assim que o turista viaja. _
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