Supostamente imprevisível
Pelo menos algo na Casa Branca de Donald Trump é previsível: a suposta imprevisibilidade do presidente. Digo suposta porque essa é tática antiga, identificada e denominada em manuais de estratégia: a "Teoria do Louco" ("Madman Theory", em inglês).
A ideia é se colocar como alguém disposto a encarar um enfrentamento a qualquer custo na tentativa de dissuadir o adversário. Se um dos lados acredita genuinamente que o outro é capaz de apertar o botão e dar início a uma guerra, pode ceder às demandas dele para evitar o pior.
Foi assim que Trump agiu antes mesmo de assumir o novo mandato para obter o cessar-fogo no Oriente Médio. Em outras palavras, disse a Israel e ao grupo terrorista Hamas: fechem um acordo, libertem os reféns antes que eu assuma ou o inferno vai se instalar.
Ninguém sabia se ele estava blefando ou não. Na dúvida, houve o acordo. Richard Nixon costumava agir assim, sem muito sucesso, com os soviéticos.
Agora, no caso dos migrantes deportados para a Colômbia, Trump repetiu a tática. O presidente Gustavo Petro não queria aceitar seus conterrâneos de volta porque considerava isso uma violação de direitos humanos. O americano, então, determinou a imposição de tarifas de 25% contra produtos colombianos que entram nos EUA. Petro duvidou. Trump ameaçou com 50% de taxação. Na dúvida, o colombiano recuou. Blefe ou não, Trump venceu. _
Crianças em gaiolas
Quem ficou chocado com as imagens dos brasileiros algemados e com os pés acorrentados ao desembarcar no país, após deportação pelo governo dos Estados Unidos, deve se preparar. A depender do primeiro mandato de Donald Trump, voltaremos a ver cenas de crianças separadas de seus pais, imigrantes ilegais, na fronteira, e mantidas presas em jaulas em centros de detenção. _
Protesto dos artistas
Aliás, alguns artistas esboçaram protesto à época. No intervalo do Super Bowl de 2020, a filha de Jennifer Lopez, Emme Maribel Muñiz, entraria no palco saindo de uma de gaiola para cantar Let?s Get Loud. Executivos da NFL, ligados a Trump, tentaram vetar. Haveria, no total, 18 gaiolas das quais crianças sairiam no momento do ato. O protesto foi em parte boicotado, mas gaiolas ficaram no gramado. _
Estado adere à definição internacional de antissemitismo
No dia em que o mundo lembrou os 80 anos da libertação do campo de concentração de Auschwitz-Birkenau, durante a Segunda Guerra Mundial, o RS deu um passo fundamental contra o ódio racial e a intolerância contra os judeus, ao aderir à definição de antissemitismo da Aliança Internacional para a Memória do Holocausto (IHRA).
A assinatura pelo governador Eduardo Leite, ontem, ocorreu no Palácio Piratini, diante da presença do presidente da Confederação Israelita do Brasil (Conib), Cláudio Lottenberg, da presidente da Federação Israelita do Rio Grande do Sul (Firs), Daniela Russowsky Raad, de outros integrantes da comunidade judaica gaúcha, de empresários e líderes de várias religiões.
Em discurso aplaudido de pé, Daniela usou a metáfora do canário para alertar sobre possíveis sinais de tempos sombrios. Ela contou que mineradores costumavam levar para as minas uma gaiola com um passarinho. Conforme o passar do tempo, se o animal adoecesse ou morresse, significava que o ar do local estava se tornando tóxico. Era hora de partir.
- Dizem que os canários são como os judeus na humanidade. Quando o ódio contra os judeus começa a se elevar, é um alerta para toda a sociedade. O que começa com os judeus não termina com os judeus - afirmou.
Leite disse observar sinais de reforçada intolerância na sociedade:
- Não precisamos pensar da mesma forma sobre todos os assuntos. Temos nossas crenças religiosas, raças, cidades, culturas, orientação sexual diferentes. Precisamos pensar no RS, no Brasil e na humanidade.
A definição da IHRA estabelece antissemitismo como "ódio em relação aos judeus" . _
Comissão da ONU valida planejamento da COP30
Um grupo de especialistas da Secretaria das Nações Unidas sobre Mudança do Clima validou o planejamento brasileiro para a COP30 Amazônia. A missão, que se encerrou na última sexta-feira, esteve em Belém, no Pará, acompanhando a organização do evento.
Os especialistas também entregaram recomendações preliminares para ações de melhoria de infraestrutura, serviços de saúde, transportes e segurança pública, além de hospedagens.
Diante da alta de preços para hospedagem que estão sendo divulgados em Belém por conta do evento, a secretária-executiva adjunta da secretaria, Noura Hamladji, disse que são situações comuns em todas as cidades que sediam a Conferência e que os valores devem cair até novembro.
Agora, as análises técnicas farão parte de um relatório que será consolidado nos próximos dias. A COP30 ocorre de 10 a 21 de novembro, com a expectativa de reunir 50 mil pessoas. _
O que é a Lei do Inimigo?
A norma foi criada em 1798, quando os EUA estavam à beira de uma guerra com a França.
O instrumento já foi usado três vezes desde então: a primeira na Guerra de 1812, um conflito militar entre os Estados Unidos e o Reino Unido, que durou até 1815.
A segunda foi durante a Primeira Guerra Mundial, quando o presidente Woodrow Wilson utilizou-a contra cidadãos dos países da Tríplice Aliança. A terceira vez foi na Segunda Guerra Mundial, quando Franklin Roosevelt invocou o ato após o ataque do Japão à base naval de Pearl Harbor, contra cidadãos japoneses, alemães e italianos como "inimigos estrangeiros". _
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