09
de fevereiro de 2015 | N° 18068
ARTIGO
- JORGE AUDY*
O PAPEL DA
INOVAÇÃO
Em
recente evento realizado em Davos (Suíça), o Fórum Econômico Mundial, bem como
em diversas reuniões prévias, foram discutidos aspectos relevantes do atual
cenário internacional e dos enormes desafios deste e dos próximos anos. No
contexto da sociedade do conhecimento, marcada pela crescente interdependência
dos países e das organizações, em um mundo cada vez mais organizado em rede, o
papel da inovação é entendido por muitos como crítico na resolução dos grandes
problemas.
Questões
centrais para o desenvolvimento vão desde a paz entre os povos até mudanças
climáticas, alimentação, água e energia, estas despontando como essenciais para
um padrão mínimo de qualidade de vida e estabilidade social, sem as quais não
parece fazer sentido o próprio desenvolvimento econômico.
A
inovação pode desempenhar um papel importante na solução dos graves problemas
relativos a energia, alimentação e água no mundo. A busca por uma sociedade
mais justa em termos globais, na qual os indicadores sociais e econômicos não
nos envergonhem como cidadãos, somente terá sentido se resolvermos esses
problemas de forma adequada e sistêmica, alocando os recursos necessários e
gerando melhores resultados.
Quando
confrontamos esses desafios com a constatação de que aproximadamente 1% da
população mundial detém mais da metade da renda mundial e que mais da metade da
população mundial detém 1% da renda global e vive com menos de US$ 2 ao dia,
nos damos conta de que temos um longo, muito longo caminho a percorrer.
A
pesquisa e a inovação sozinhas não vão resolver essa grave situação de
desequilíbrio mundial. Universidades e centros de pesquisa, em especial, podem
ajudar muito em temas bem definidos e na reflexão sobre a situação social e
econômica. Entretanto, tudo indica que são necessárias mudanças globais sérias,
que devem partir de nossos líderes políticos, sociais e econômicos, visando
encontrar alguns consensos mínimos que tornem viáveis essas transformações
necessárias, que nos permitam sentir orgulho de fazermos parte da sociedade global
em que vivemos, o que não ocorre na atualidade.
*PRÓ-REITOR
DA PUCRS