27/02/2015
às 20:43
Reinaldo
Azevedo
Análises políticas em um dos blogs
mais acessados do Brasil
Dilma,
a energia e o vento: ela não aprende nada nem esquece nada!
No
dia em que se anuncia um reajuste médio na energia de 23,4% — 60% em um ano —,
a presidente Dilma afirmou, durante a inauguração do Parque Eólico de Geribatu,
que o aumento da tarifa é necessário, mas passageiro. E — ela nem aprende nada
nem esquece nada — aproveitou para atacar o… governo FHC.
Afirmou:
“Quando
a água falta no Brasil, e todo mundo tem que saber disso, aumenta o preço da
energia sim, porque você passa a pagar por aquilo que não pagava, que é a água
e o vento. Qualquer outra forma de energia tem que pagar. Ela funciona como uma
espécie de reserva, que você só vai usar quando precisar. Nós estamos
precisando. Então, eu quero explicar a vocês que os aumentos de preços da
energia são passageiros.
Eles
estão em função do fato de que o país enfrenta a maior falta de água dos últimos
cem anos. Isso não significa que nós vamos ter qualquer problema sério ou mais
sério na área de energia elétrica. Não iremos ter porque temos todo um sistema
de segurança. Mas isso também não significa que vamos sair por aí jogando
energia pela janela e não consumindo de forma racional”.
Ah,
bom! Ao menos a governanta assumiu que pode haver alguns probleminhas, né? Fez
alusão ao racionamento de 2001, afirmando que, naquele caso, faltavam redes de
transmissão. É verdade. Hoje, falta é energia mesmo. Dilma prefere ignorar que,
quando veio o apagão de 2001, o país vinha de um crescimento de 4,2% em 2000. Mesmo
com o apagão, cresceu 1,4% em 2001 e 2,7% em 2002, ano em que o PSDB perdeu a
eleição. Se a economia brasileira estivesse crescendo 1,4% hoje, a energia já teria
ido para o pau.
Dilma
afirmou ainda que o país enfrenta a pior seca em 100 anos. Na campanha
eleitoral de há quatro meses, ela afirmou que o PSDB atribuir a crise hídrica
em São Paulo à falta de chuva era conversa mole. Segundo a soberana, o que
falta a seus adversários era planejamento.
“Na
próxima terça-feira (…) vou ter o prazer de anunciar a mais forte redução de
que se tem notícia, neste país, nas tarifas de energia elétrica dasindústrias e
dos consumidores domésticos. A medida vai entrar em vigor no início de 2013. A partir daí todos os
consumidores terão sua tarifa de energia elétrica reduzida, ou seja, sua conta
de luz vai ficar mais barata. Os consumidores residenciais terão uma redução média
de 16,2%. A redução para o setor produtivo vai chegar a 28%, porque neste setor
os custos de distribuição são menores, já que opera na alta tensão.
Esta
queda no custo da energia elétrica tornará o setor produtivo ainda mais
competitivo. Os ganhos, sem dúvida, serão usados tanto para redução de preços
para o consumidor brasileiro como para os produtos de exportação, o que vai
abrir mais mercados, dentro e fora do país. A redução da tarifa de energia elétrica
vai ajudar também, de forma especial, as indústrias que estejam em
dificuldades, evitando as demissões de empregados.”
Encerro
Faz
apenas dois anos e meio. Isso é que é um governo que sabe planejar! A propósito:
a soberana anunciava ali o início de uma nova fase de desenvolvimento. Não
deixa de ser. A nova fase é marcada por dois anos seguidos de recessão! Não
pensem ser essa uma obra corriqueira.