10 DE AGOSTO DE 2022
OPINIÃO DA RBS
O NOTÁVEL AVANÇO DA ENERGIA SOLAR
É admirável o avanço da energia solar no país, movimento que tem o Rio Grande do Sul como um dos principais expoentes. Era incipiente uma década atrás, e hoje já é a terceira principal fonte da matriz nacional, ultrapassando termelétricas a gás natural e biomassa, e superada apenas pela hídrica e pela eólica. De acordo com a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), a capacidade instalada chega a 16,4 mil megawatts (MW), o que inclui projetos comerciais de grande porte e a chamada geração distribuída, instalações menores que se multiplicaram nos telhados de residências, fábricas, hospitais, escolas e todo tipo de estabelecimento. De toda a eletricidade que o país tem o potencial de produzir, 8,1% vem do sol.
A capacidade instalada no Rio Grande do Sul no encerramento do primeiro semestre chegou a 1,31 mil MW, conforme a Absolar. Um crescimento expressivo de 70% no intervalo de 12 meses, que consolida o Estado na terceira colocação nacional. A corrida já era esperada, uma vez que, a partir de janeiro de 2023, começa a ser gradativamente diminuído o subsídio a quem instalar novos sistemas. Os entrantes passarão a pagar a chamada Tarifa de Uso do Sistema de Distribuição.
Mesmo que deixe de ter todas as vantagens financeiras que garantiram o impulso ao setor nos últimos anos, seguirá uma opção atrativa para os cidadãos e empresas que apostam na geração distribuída. Esta é uma modalidade em que o próprio consumidor gera eletricidade e, em períodos de menor demanda, fornece o excedente para a concessionária da região, garantindo créditos que são abatidos na conta. O custo da luz, ao longo dos anos, vem subindo bem acima da inflação. Apenas em 2021, enquanto o IPCA avançou 10,06%, a energia variou 21,21%. O investimento, mostram os cálculos, se paga em um período bem inferior à vida útil dos equipamentos.
A busca por economia na fatura - em residências, indústrias, estabelecimentos comerciais e propriedades rurais - junto ao barateamento dos equipamentos e disponibilidade de financiamento em condições facilitadas contribuíram para o crescimento exponencial da energia solar no Estado e no país. É uma matriz que tem ainda a vantagem de conseguir conjugar benefícios econômicos e ambientais. Além de ser uma fonte limpa, reduz a necessidade de construção de outros projetos energéticos poluentes, como no caso de movidos a partir de combustíveis fósseis, ou que possam ter significativo impacto na situação das próprias hidrelétricas. O espaço que conquistou fez com que surgissem regionalmente pulverizadas inúmeras empresas especializadas na instalação dos painéis. Com elas, uma quantidade expressiva de empregos e o incentivo à inovação.
Subsídios, como é sabido, ao fim são pagos por todos os outros consumidores. Assim, era previsível e justo que se encontrasse uma forma equilibrada de torná-los menores, após a consolidação do setor. O marco legal da micro e minigeração de energia, sancionado no início do ano, assegura a pessoas físicas e jurídicas que já têm painéis instalados os mesmos benefícios por 25 anos. A própria Absolar elogiou o novo regramento pela segurança jurídica que trouxe. Com condições invejáveis de insolação e regras claras, é possível esperar que o Brasil e o Rio Grande do Sul sejam capazes de aumentar ainda mais nos próximos anos a capacidade de geração dessa matriz que consegue unir desenvolvimento econômico e sustentabilidade ambiental.
Nenhum comentário:
Postar um comentário