sábado, 21 de junho de 2014


21 de junho de 2014 | N° 17835
DAVID COIMBRA

NÃO ME VENHAM COM COSTA RICA!

Irritante esse time da Costa Rica. Estão classificados, tudo bem, acontece, mas espero que não passem da próxima fase. Não vá a Costa Rica se classificar para as quartas de final, não tem cabimento.

Não sou desses que torcem pelo mais fraco. Sou dos que torcem pelo melhor futebol. Pela competência. Pelo talento. A Costa Rica é um timeco que joga um futebol defensivo eficiente. Só. Espero que seja massacrado nas oitavas de final.

Essa Costa Rica me lembra o São Caetano, aquele time de entregadores de gás. O hino do São Caetano devia ser: “Se tem o lacre azul do cachorrinho...” Timezinho sem graça e sem torcida que, de repente, estava disputando a final da Libertadores. Mas logo o colocaram em seu lugar e lá estão eles, no interior de São Paulo, fazendo a felicidade das donas de casa que precisam terminar o almoço.

Agora vem essa Costa Rica se alçar numa Copa do Mundo. Bateram o Uruguai, mas o Uruguai tinha aqueles senhores em idade provecta, Lugano e Forlán. Só que agora ganharam da Itália com Pirlo e Balotelli. Começo a me preocupar.

Alguém, por favor, diga para esses caras da Costa Rica que eles não têm nada a fazer nas quartas de final.

ESTÃO GOSTANDO? EU DISSE!

Ah, agora vocês estão contentes, não é? Durante sete anos ficaram enchendo o saco, e eu defendendo a Copa. Tercei todo tipo de argumentos, insisti que o Brasil ia ganhar financeira e economicamente, ia ganhar a curto e longo prazo, mas o ponto que mais ressaltei foi o que hoje, tenho certeza, todos estão sentindo: que a Copa do Mundo é uma festa, e que pessoas precisam de festas.

Festa, festa. Leio nas redes sociais e nos sites que os porto-alegrenses estão encantados com as festas de franceses, australianos e holandeses, que estão achando tudo uma maravilha, que querem Copa todos os anos, o ano todo.

Bem, desculpa, mas eu tinha dito que isso aconteceria.

Depois de uma experiência dessas, Porto Alegre cresce como cidade. É como o brasileiro que, pela primeira vez, – passa uma temporada na Europa. Ele volta suave e profundamente transformado. Ele é outra pessoa. Isso não tem preço.

Veja os que eram contra a Copa do Mundo. Estão ganhando também. Estão entusiasmados, faturando em cima do que tanto criticavam. Ganham audiência, dinheiro, oportunidades, amores. Todos estão ganhando: pobres, ricos, remediados. Todos.


Não será a “Copa das Copas”. Não. Mas será uma boa Copa. Que fará o bem. Mesmo para quem só pensava no mal.