quinta-feira, 14 de julho de 2022


14 DE JULHO DE 2022
+ ECONOMIA

Leilão da Corsan até dezembro é desafio para governo do RS

O governo do Estado confirmou a desistência da oferta de ações da Corsan e anunciou intenção de fazer um leilão tradicional até dezembro. A coluna quis entender melhor o tamanho do desafio do prazo. Ouviu, do chefe da Casa Civil, Artur Lemos, que será "muito desafiador". Depois, perguntou se seria possível a dois especialistas, um em mercado de capitais e outro em saneamento. Do primeiro, veio um curto "não". Do outro, colheu "em tese, é possível".

Presidente da Corsan, Roberto Barbuti disse que, com a mudança, a companhia "deixa de ser protagonista". Com o modelo de capitalização, avaliou, nenhum acionista privado teria o controle da companhia de saneamento, e o Estado seguiria dando as diretrizes do segmento. Com o formato tradicional, uma empresa será dona da Corsan e dos destinos do serviço no Estado.

- Quem achou que nosso discurso sobre necessidade de privatização poderia ter mudado se enganou. Não há como fazer um programa de investimentos de R$ 13 bilhões sem privatizar.

A coluna quis saber se haverá necessidade de alterar os contratos firmados com prefeituras, e Barbuti confirmou. Lembrou que o atual modelo prevê que cada município que aceitou renovar o contrato de forma antecipada receberia uma parcela das ações da Corsan. Agora, adiantou, será preciso alterar para que recebam sua parte em dinheiro.

Com a oferta de ações, a Corsan receberia um aporte de recursos para reforçar seus investimentos e seria privatizada. Essa circunstância dispensou a companhia estadual de apresentar comprovação da capacidade econômico-financeira (ou seja, de que teria dinheiro suficiente para cumprir o Marco Legal do Saneamento, que obriga investir esses estimados R$ 13 bilhões para levar tratamento de esgoto a 90% da população até 2033). Agora, será preciso justificar o adiamento.

Sobre a decisão do Tribunal de Contas do Estado (TCE), que mandou parar a venda por definições de valor, o presidente da Corsan afirmou que o modelo de capitalização não buscava "maximização de preço". Com o formato de leilão, e o conceito de "prêmio de controle", a receita deve ser maior.

MARTA SFREDO

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