sexta-feira, 29 de julho de 2022


29 DE JULHO DE 2022
OPINIÃO DA RBS

VIDAS SALVAS PELA VACINA

É de grande relevância o estudo realizado pelo Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) com estimativas sobre vidas salvas pelas vacinas contra a covid-19 no Rio Grande do Sul. O valor do trabalho também está no fato de apontar, com números, a diferença que a dose de reforço faz para evitar mortes, especialmente na população acima de 60 anos, mais suscetível à complicação da doença.

As projeções do órgão vinculado à Secretaria Estadual de Saúde (SES) indicam que, entre os idosos, mais de 4,2 mil óbitos não ocorreram a cada ano graças à proteção proporcionada pela imunização. Para obter o resultado, comparou-se a taxa de mortalidade por 100 mil pessoas-ano do grupo que tomou a dose de reforço com a de um estrato apenas com o esquema primário completo. Esse segundo recorte, porém, já estava atrasado em relação ao reforço. Com imunidade menor, portanto. O mesmo estudo concluiu que, entre os gaúchos a partir de 60 anos, o risco de morte de não vacinados é 4,4 vezes superior em relação aos que completaram o esquema primário e 7,7 maior ante os imunizados com dose de reforço.

O trabalho elaborou estimativas semelhantes para as demais faixas etárias. Conclui que, na população entre 12 e 39 anos, foram 50 vidas salvas por ano. No segmento 40 a 59 anos, 430 óbitos potenciais não se concretizaram. O Estado soma até hoje 40,4 mil vítimas fatais do Sars-CoV-2. É possível perceber que, sem a vacinação, milhares de outras famílias gaúchas a mais passariam pela dor da perda de um ente querido.

O trabalho chega a conclusões semelhantes às de diversas outras pesquisas já conduzidas no mundo, provando a eficácia dos fármacos. Além das mortes, já comprovou a ciência que as vacinas previnem manifestações mais graves da enfermidade, hospitalizações, internações em UTIs e as sequelas da covid longa, com a permanência de sintomas e complicações por um período significativo após a doença, afetando a qualidade de vida dos infectados.

O estudo do Cevs merece reconhecimento e ampla divulgação para incentivar os gaúchos que ainda não foram imunizados ou deixaram de receber as doses de reforço a se dirigir ou voltar aos pontos de vacinação. Tanto para se proteger quanto para fortalecer a barreira comunitária contra a transmissão do vírus. Afinal, novas subvariantes seguem surgindo e circulando e, ao longo dos últimos meses, é possível observar certo relaxamento em medidas de cuidados individuais, como o uso de máscaras.

Mesmo que o Rio Grande do Sul seja um dos Estados com maior cobertura no país, a quantidade de atrasados é significativa. São quase 670 mil gaúchos que ainda não completaram o esquema primário, outros 2,68 milhões não voltaram aos pontos de vacinação no intervalo indicado para o reforço e existem mais de 2,3 milhões de pessoas que já poderiam ter tomado a segunda dose extra. A mensagem do trabalho que corrobora a eficácia da imunização é clara: a vacina salva vidas.

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