28 DE NOVEMBRO DE 2022
OPINIÃO DA RBS
O BRASIL FAZ PARTE DA SOLUÇÃO
O Brasil tem uma oportunidade histórica e única à frente. O país reúne todas as condições para ser um dos líderes no novo ciclo de desenvolvimento mundial voltado à descarbonização, uma direção inevitável se a comunidade internacional de fato se dedicar a colocar em prática medidas de larga escala para mitigar o aquecimento global. As diversas formas de tirar proveito dessa nova tendência, pela ótica da preservação aliada ao progresso, foram apresentadas na reportagem "Economia combina com meio ambiente", assinada por Marcel Hartmann e Vinicius Coimbra, publicada no caderno DOC da superedição de Zero Hora.
Em síntese, o mundo tem os olhos voltados para o Brasil. Tanto pela necessidade de conservação dos biomas, como a Amazônia, quanto pela multiplicidade de negócios que surgem e seguirão surgindo e amadurecendo nos próximos anos e décadas. Apenas na área da energia, o Brasil tem potencial inigualável na geração solar, eólica e biomassa. O crescimento já é vertiginoso.
A agricultura e a pecuária, associadas ao plantio de florestas, elevam a sustentabilidade financeira das propriedades e as perenizam, enquanto valorizam os seus produtos, especialmente alimentos. No Rio Grande do Sul, a criação de gado no Pampa é um exemplo de manutenção da fauna e flora originais convivendo em harmonia com atividade que visa ao lucro. O pagamento por serviços ambientais, mais cedo ou mais tarde, se expandirá e se consolidará. O mercado de créditos de carbono também. A imensa biodiversidade brasileira é repleta de oportunidades na bioeconomia, como a pesquisa e a descoberta de novos medicamentos.
Existem, ao mesmo tempo, investidores ávidos ao redor do mundo com capital disponível para trazer ao Brasil e aplicar em negócios sustentáveis. É preciso enterrar de vez, portanto, qualquer ranço de que a preservação é uma barreira aos ganhos financeiros. Pelo contrário. O capitalismo mundial mostra cada vez mais interesse em também ser parceiro nessa empreitada de conciliação entre natureza e geração de riqueza. É um novo ciclo de prosperidade que se descortina, capaz de fazer a economia crescer, criar empregos e renda e, de quebra, manter saudáveis os maiores bens naturais do país, como as florestas, os rios e os campos.
O novo governo federal promete tornar o Brasil outra vez protagonista nas discussões climáticas, sobre o meio ambiente e relacionadas à economia verde. Para isso, tem compromissos relevantes de redução de emissões de gases de efeito estufa e fim do desmatamento ilegal. É preciso que os objetivos sejam cumpridos para o país recuperar a credibilidade internacional e, assim, atrair mais recursos.
Os incentivos financeiros das nações ricas e mais poluidoras, que devem liderar esse esforço, cedo ou tarde chegarão. Trata-se, afinal, de uma questão que afeta as condições em que a população vai viver no planeta no futuro. Sem uma ação contundente, a Terra continuará febril, os eventos climáticos severos serão cada vez mais recorrentes e, mostram os alertas dos pesquisadores, os riscos de pandemias crescem. O Brasil, por sorte, faz parte da solução para tornar estas ameaças mais distantes.
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