O RIO GRANDE DA MATURIDADE POLÍTICA
Entre tantas frases célebres do catálogo da política brasileira, está uma atribuída ao ex-ministro Pedro Malan: "No Brasil, até o passado é incerto". A sentença retrata com bom humor a realidade de um jovem país acostumado a rupturas políticas e de projetos de governo. No caso do Rio Grande do Sul, especificamente, a continuidade era quase um tabu.
Diante disso, a reeleição de Eduardo Leite como governador, a primeira da nossa história democrática, é um ponto de inflexão marcante. Além de alterar uma tendência, retrata a maturidade do eleitor gaúcho, que escolheu a continuidade ante à sempre sedutora mudança.
Quando Eduardo e eu assumimos a gestão de Sartori e Cairoli, sinalizamos um governo de evolução, jamais de ruptura. Não faria sentido iniciar tudo do zero quando um processo de mudança na forma de fazer gestão, com equilíbrio e responsabilidade fiscal, já estava em curso. Mantivemos a postura de total transparência em relação à situação das finanças, demos continuidade às iniciativas para a redução do custo da máquina pública, aceleramos os processos de concessões e privatizações, persistimos até alcançar a adesão ao Regime de Recuperação Fiscal.
O resultado foi que voltamos a pagar salários em dia, após 57 meses de atraso, e regularizamos os pagamentos com hospitais e municípios. Ainda retomamos a capacidade de investimentos e iniciamos um novo ciclo de desenvolvimento. Conquistamos entregas sociais relevantes em todas as áreas. E fizemos isso contando com deputados de diferentes partidos - uma classe política que também amadureceu. Sempre soubemos que, sem dinheiro - leia-se responsabilidade fiscal - não haveria obra ou ação social capaz de resistir.
Quando assumi como governador, sintonizado com o
trabalho em curso, impulsionamos o programa Avançar e os demais projetos
estruturantes. Ou seja: o Estado seguiu em frente. E em janeiro, quando
empossar Eduardo Leite e Gabriel Souza, não será diferente: começará um
novo ciclo, mas ainda mais referendado numa esteira de maturidade
política do povo gaúcho. Ora, num momento de tanta tensão nacional,
mostramos que, mesmo com divergências, o rumo do que é certo não pode
ser perdido. O Rio Grande dá exemplo.
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