Jaime
Cimenti
A Copa e vai com Deus, Alexander
Imich!
Ia
escrever sobre a Copa, não vou, chega, menos, né? Já tem megaoverdose de multimídia
sobre o lance e sobre a Fifa, mãe de Deus, senhora do mundo e do universo e,
claro, melhor governante do País, dos estados e dos municípios brasileiros e de
outras plagas distantes, onde também há feitos relevantes e campeões de tudo. Nunca
antes na história desse País houve tantos policiais, tantas obras e tanta coisa.
Vamo Nelson! Quando eu ia escrever, me apareceu o Alexander Imich, que faleceu
prematuramente aos 111 anos, em Nova Iorque. Quando ele fez 110, perguntaram
sobre o segredo de sua longevidade.
Bem-humorado,
não falou em comer maçã todo dia, não fumar ou beber e outros papos e disse: “simplesmente não morrer ”. Em abril de 2004,
morreu um jovem italiano de 111 anos e 357 dias. Alexander passou a ser nosso
decano global. Judeu, aquariano, nascido na Polônia, passou por campos de
trabalho na Rússia e conseguiu sair de lá.
Desde
1953, vivia nos Estados Unidos com a esposa, que faleceu em 1986. Não teve
filhos. Faleceu numa residência geriátrica no Upper West Side. Bom endereço. Dedicou-se
à química, era doutor em Zoologia pela Universidade de Cracóvia, onde um
professor antissemita teria tentado sabotar sua tese. Foi presidente do Centro
de Pesquisas de Fenômenos Anômalos de Nova Iorque. Tornou-se eminente parapsicólogo,
até meses antes de morrer navegava pela internet. Aos 92 anos, publicou o livro
Inacreditáveis contos da paranormalidade. Uri Geller, o mágico, disse que
Alexander era a pessoa mais espetacular que conhecera.
Acesse
a internet, digite Alexander, o Dr.Google e o resto. Vale muito, muito a pena. Ele
não era um supercentenário qualquer. Olha só o que Imich escreveu sobre a
permanência da consciência após a morte do corpo físico: “Vivi o desenvolvimento
de carros, aviões, eletricidade, telefone, maravilhas da medicina biocientífica,
computação, homem andando na lua. Imagine, por um momento, como a vida humana
mudaria se essa questão fosse respondida positivamente e como seria mais fácil
viver passando pela dor e a miséria de nossa existência nesse planeta, se tivéssemos
certeza que somos apenas ilhas temporárias.”
Vai
com Deus, Alexander, obrigado pelo humor, pelas lições e por alertar que
devemos melhorar as pessoas e o mundo por aqui, mesmo não sabendo ainda, com
certeza, se existe o outro lado e como ele é. É isso. É viver. Mesmo de brisa e
mesmo contra ventos e marés, amando os mistérios terrenos e os outros, os
seres, a vida e a morte.