sexta-feira, 13 de junho de 2014

Jaime Cimenti

A Copa e vai com Deus, Alexander Imich!

Ia escrever sobre a Copa, não vou, chega, menos, né? Já tem megaoverdose de multimídia sobre o lance e sobre a Fifa, mãe de Deus, senhora do mundo e do universo e, claro, melhor governante do País, dos estados e dos municípios brasileiros e de outras plagas distantes, onde também há feitos relevantes e campeões de tudo. Nunca antes na história desse País houve tantos policiais, tantas obras e tanta coisa. Vamo Nelson! Quando eu ia escrever, me apareceu o Alexander Imich, que faleceu prematuramente aos 111 anos, em Nova Iorque. Quando ele fez 110, perguntaram sobre o segredo de sua longevidade.

Bem-humorado, não falou em comer maçã todo dia, não fumar ou beber e outros papos e disse:  “simplesmente não morrer ”. Em abril de 2004, morreu um jovem italiano de 111 anos e 357 dias. Alexander passou a ser nosso decano global. Judeu, aquariano, nascido na Polônia, passou por campos de trabalho na Rússia e conseguiu sair de lá.

Desde 1953, vivia nos Estados Unidos com a esposa, que faleceu em 1986. Não teve filhos. Faleceu numa residência geriátrica no Upper West Side. Bom endereço. Dedicou-se à química, era doutor em Zoologia pela Universidade de Cracóvia, onde um professor antissemita teria tentado sabotar sua tese. Foi presidente do Centro de Pesquisas de Fenômenos Anômalos de Nova Iorque. Tornou-se eminente parapsicólogo, até meses antes de morrer navegava pela internet. Aos 92 anos, publicou o livro Inacreditáveis contos da paranormalidade. Uri Geller, o mágico, disse que Alexander era a pessoa mais espetacular que conhecera.

Acesse a internet, digite Alexander, o Dr.Google e o resto. Vale muito, muito a pena. Ele não era um supercentenário qualquer. Olha só o que Imich escreveu sobre a permanência da consciência após a morte do corpo físico: “Vivi o desenvolvimento de carros, aviões, eletricidade, telefone, maravilhas da medicina biocientífica, computação, homem andando na lua. Imagine, por um momento, como a vida humana mudaria se essa questão fosse respondida positivamente e como seria mais fácil viver passando pela dor e a miséria de nossa existência nesse planeta, se tivéssemos certeza que somos apenas ilhas temporárias.”


Vai com Deus, Alexander, obrigado pelo humor, pelas lições e por alertar que devemos melhorar as pessoas e o mundo por aqui, mesmo não sabendo ainda, com certeza, se existe o outro lado e como ele é. É isso. É viver. Mesmo de brisa e mesmo contra ventos e marés, amando os mistérios terrenos e os outros, os seres, a vida e a morte.