12 DE ABRIL DE 2018
IDEIAS PARA O FUTURO
Eu elevado a nós
"Vocês ouvirão falar muito nos
próximos anos em desemprego tecnológico. Novas descobertas de meios para
economizar o uso de mão de obra superam o ritmo em que encontramos novos usos
para essa mão de obra. Em breve chegaremos a um ponto, muito antes do que imaginamos,
em que as necessidades econômicas serão satisfeitas e preferiremos dedicar
nossa energia a propósitos não econômicos."
Robôs que atendem clientes e fazem sushi:
é apenas o início de tudo que ainda vamos experimentar com a 4ª Revolução
Industrial. Impossível falar de futuro do trabalho sem falar de veículos
autônomos substituindo motoristas. Porém, não enxergamos que eles podem acabar
com pelo menos 50 profissões, de acordo com o futurista Thomas Frey. Entre
elas, instrutor de autoescola, repórter de trânsito, instalador de radar e
aplicador de bafômetro. Como não ter medo diante disso?
Mas não é de hoje que a tecnologia é uma
máquina de destruir trabalho. Funções operacionais são substituídas por
automação há muitos anos. O que permanece? Identificar e resolver problemas dos
outros, com criatividade e inovação.
Se você quiser que seu ativo profissional
se mantenha atraente, precisa entender a diferença entre habilidades
transferíveis e competências técnicas. As últimas são usadas para executar
tarefas e facilmente repassadas para robôs e inteligência artificial. As
primeiras são usadas para resolver problemas e podem ser aplicadas em
diferentes contextos. Não vejo robôs sendo criativos, testando a fronteira da
ciência e conectado ideias aparentemente desconexas.
Uma parte do futuro é possível prever,
outra não. Para nos mantermos conectados ao futuro, só vejo uma opção: usar
parte do nosso tempo e dinheiro para investirmos durante a vida toda em
microeducação. E em projetos pro bono ou que gerem receita, que desenvolvam
cada vez mais habilidades transferíveis e nossa rede de relacionamentos. Como
diz Reid Hoffman, fundador do LinkedIn, o que vale hoje é o "Eu elevado a
nós". Sozinhos não vamos longe.
Por fim, sonho com o dia em que teremos realmente
mais lazer. O trecho que abre o artigo é de 1930. Escrito por John Maynard
Keynes, no Possibilidades Econômicas para nossos Netos. Mais uma furada de
Keynes.
Sócio da consultoria Inniti contato@inniti.com.br - JOSEPH TEPERMAN