09 DE ABRIL DE 2018
OPINIÃO DA RBS
Faltou algo no palanque
Agora preso depois de ser protagonista de algumas das horas mais espantosas da história jurídica brasileira, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva terá mais tempo para refletir sobre a dimensão e a quantidade de equívocos cometidos desde a decretação de sua prisão. A resistência oferecida por Lula e seus aliados ao cumprimento da Justiça, somada aos ataques ao Ministério Público, ao Judiciário e à imprensa, passa para a História como um capítulo de obscurantismo na trajetória do ex-presidente.
Escudado por sindicalistas e outros ativistas, Lula conseguiu postergar irresponsavelmente uma ordem de prisão ao pôr em risco imediato a integridade física das pessoas que o cercavam, sem contar a dos jornalistas que já vinham sendo covardemente agredidos e hostilizados por fanáticos lulistas. Mais do que isso, Lula zombou da Justiça - em seu discurso messiânico, alienado da realidade dos fatos, e na tentativa de retardar a execução da lei, à espera de que finalmente um dos incontáveis recursos às instâncias superiores encontrasse eco.
No palanque de São Bernardo do Campo, não faltaram representantes de movimentos e partidos que, como ficou evidenciado, gravitam em torno de Lula, que conseguiu unir em torno de si antigos dissidentes que esperam usufruir do legado de sua popularidade. O que faltou no palanque foi o bom senso que abreviasse a pantomina populista destinada a criar efeitos visuais para reforçar a encenação da resistência.
Com Lula preso e outros ameaçados, cabe agora às instituições democráticas, juízes e promotores à frente seguir na missão de resistir às manobras e pressões que visam, no fundo, enterrar a Operação Lava-Jato e tudo o que ela representa em esperança de transformação para o país.
UMA ALIANÇA BEM-VINDA
A consolidação da parceria entre PUCRS, UFRGS e Unisinos para inovação em Porto Alegre, a ser assinada hoje em Porto Alegre, tem potencial para transformar a capital gaúcha em uma referência em empreendedorismo de base tecnológica no país. E esse é um primeiro grande passo para reverter o esvaziamento e a perda de autoestima e dos talentos da cidade, que tem uma extraordinária matéria-prima intelectual, mas precisa de disposição e projeto estratégico para a transformação.
Não basta ser um centro de produção de conhecimento, tecnologia e inovação. Porto Alegre necessita urgentemente potencializar conexões locais, nacionais e internacionais em prol do desenvolvimento social e econômico do Estado, dando oportunidades de trabalho e oferecendo melhor qualidade de vida para a sua população.
A assinatura dessa aliança em momento histórico é um exemplo de que só a união de forças pode mudar um cenário desalentador, marcado por um constante estado de grenalização.
Sem vaidades ou disputas mesquinhas, a iniciativa deve ser apoiada por todos os que se importam de fato com a cidade e o futuro de seus moradores.
OPINIÃO DA RBS