quarta-feira, 2 de julho de 2014


02 de julho de 2014 | N° 17847
VERÍSSIMO NA COPA

QUE COPA!

A vitória da Bélgica sobre os Estados Unidos, ontem, completou uma trinca de jogos espetaculares. Só a Holanda, contra o México, ganhou sem sofrer, ou sem sofrer muito. Os outros jogos foram histéricos, digo históricos. Se esta é a melhor Copa até hoje não sei, mas é certamente a mais taquicardíaca.

Alemanha x Argélia já tinha quase matado alguns torcedores, e ontem não devem ter sido poucos os apelos de argentinos para o Papa ser patriota e interceder lá em cima pela vitória deles. No fim não foi Deus que resolveu – se bem que aquela bola na trave do goleiro argentino no finzinho da prorrogação, não sei não – foi o Messi, que passou o jogo todo cercado de suíços e no único momento em que se viu numa clareira sem inimigos por perto fez o passe salvador para o Di María marcar. Quem tem Messi e Di María não precisa do Papa. De qualquer maneira, a Fifa deveria apurar se está havendo influência divina indevida nos resultados.

Antigamente se falava muito no “ferrolho suíço”. Numa época em que o futebol era mais franco e não havia tantos cuidados defensivos – acho que nem o líbero os italianos tinham inventado ainda –, a Suíça apareceu com uma defesa mais fechada do que o seu sistema bancário. O único problema com o tal ferrolho era que ele dificultava os ataques do adversário, mas quando os suíços recuperavam a bola não sabiam o que fazer com ela.

Eram como selvagens examinando, sei lá, uma máquina de café expresso. O que é isso? É um chapéu? A gente come? O resultado era que os suíços levavam poucos gols, mas não ganhavam de ninguém. A julgar pela Suíça que veio para esta Copa, eles aprenderam o que fazer com a bola. Enfrentaram a Argentina de igual para igual, ou de igual para parecido. E há duas razões para lamentar a eliminação da Suíça.

Uma é que a Argentina continua na Copa. A outra é que não veremos mais o Shaqiri, o melhor jogador suíço e um dos mais interessantes da Copa.


Quanto ao jogo dos americanos contra os belgas, outro teste de esforço para cardiopatas, só uma observação: se continuarem melhorando desse jeito, já se pode prever qual será a final da Copa do Mundo de 2026: Estados Unidos x China.