quinta-feira, 3 de julho de 2014


03 de julho de 2014 | N° 17848
PAULO SANT’ANA

Os eleitos por sorte

A respeito das saudades que às vezes sinto dos ex-amigos que viraram meus desafetos, cujo assunto abordei ontem em minha coluna, que por sinal foi primeiro lugar disparado em leitura na pesquisa interna do Call Center de ZH, mandou-me o leitor Valério Alves (valerioalves@hotmail.com) uma observação proveniente: “Caro Pablo. Li tua crônica hoje, como faço diariamente.

O que sentes pelos teus ‘desafetos’, aos quais dizes odiar mas ao mesmo tempo sentes saudades, é o amor que tens por eles. Estás intimamente ligado a eles. Toma a iniciativa e libera teu perdão a eles, mesmo que não tenhas sido tu o responsável pelo rompimento da amizade. Mesmo que tenhas sido tu a vítima, não alimentes o ódio. Fala com eles e pede perdão por ter, de alguma maneira, os ofendido ou prejudicado.

Assim fazendo, vais ver que ou volta a amizade que tinham antes, ou te livras desse peso e sentimento de culpa (mesmo que saibas não tê-la). Faze isso, amigo, faze tua parte, isso só vai engrandecer ainda mais o teu caráter e teu coração se aquietará. Depois, conta-me o que aconteceu. ok?

Grande abraço!” (Estava assinada).

Tenho visto no Animal Planet sensacionais flagrantes sobre animais que ainda filhotes são adotados por animais adultos de outras espécies.

É impressionante, um leão e uma leoa, tendo morrido em caçada uma tigresa, adotaram para si um filhotinho dela.

E a leoa, fantástico, amamentava em suas tetas o tigrezinho órfão.

Em outro filme, um gorila destroçou a golpes de seus dentes e garras uma pantera que o desafiou numa clareira. Logo em seguida, penalizado com os dois filhotes da pantera, adotou-os e passou a amamentá-los. Se eu não tivesse visto as cenas em filme, não acreditaria.

Eu já escolhi há tempos nesta coluna o país que considero favorito para a conquista do Mundial, a Holanda.

Mas existem outros que podem chegar ao título máximo, o Brasil, a Argentina, a França, a Alemanha...

A Copa do Mundo nesse aspecto imita a vida: há muitos desclassificados no caminho e poucos eleitos para a finalíssima.


E também a Copa imita a vida quando algum juiz favorece um dos eleitos, como aconteceu em Brasil x Croácia. Na vida, o juiz que favorece é a sorte, por isso há os sortudos e os azarados. Aquela bola chutada por um suíço que foi bater na trave argentina quase no fim do jogo eliminatório é uma prova de que o Mundial, como a vida, tem preferências pelos que devem conquistar a fortuna.