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de julho de 2014 | N° 17851
NOITE
Sexo, algemas e
cinta-liga
Donna
foi conhecer o primeiro bar com temática erótica do Brasil, em Porto Alegre
A
decoração, o cardápio de comidas e bebidas, a trilha sonora, os shows: tudo foi
cuidadosamente pensado para fazer as pessoas falarem de sexo de forma natural.
Essa é a missão do Valentina Bar 18+, o primeiro com temática erótica do
Brasil. E a ideia que surgiu durante uma viagem de três amigos pela Europa
virou sucesso de público principalmente o feminino na Capital.
–
Homem faz associação com “puteiro”, mulher não, porque nunca frequentou. Por
isso, a curiosidade em um lugar assim é maior delas – diz o sócio Alexandre
Godoy, 31 anos.
Quarta-feira,
noite tradicional de futebol na televisão, é uma das de maior movimento no bar.
Uma dançarina e um dançarino fazem apresentações burlescas – bem mais
elaboradas do que um simples striptease – para grupos de mulheres, casais e até
(alguns) homens solteiros.
A
Copa do Mundo mudou um pouco o perfil da clientela, que também passou a falar
espanhol, inglês, árabe. Na quarta-feira em que a Argentina garantiu a
classificação para as oitavas de final, por exemplo, 56% do público era
feminino. Em dias normais, a média é de 65% de mulheres.
Nas
TVs espalhadas pelo local, filmes do canal criado por Erika Lust, principal
diretora de filmes pornôs com estética voltada para o gosto do público
feminino, e do projeto holandês The Beautiful Agony. Os vídeos, assim como o
clima, vão esquentando à medida em que as mesas, a maioria reservadas, são
ocupadas e a noite avança: os olhares desconfiados e os corpos pouco à vontade
de quem vai ao bar erótico pela primeira vez se transformam em caras, bocas e
poses para fotos com algemas e apontando para os inúmeros e sugestivos
luminosos.
–
Mulheres interagindo como se não tivesse ninguém olhando pra elas, é um momento
de liberação – explica Godoy.
E
elas ficam mesmo muito à vontade. Algumas são conhecidas pelo nome, têm seu
garçom preferido e até já participaram dos shows. Como Nathalia, que, na sua
quinta ida ao “Valen”, já subia ao palco pela terceira vez. Desta vez, sob os
olhares surpresos, sorrisos meio tímidos e aplausos orgulhosos da irmã Karoline
e das amigas Rayama e Cristina, todas estreantes no bar.
–
Até dá para pegar uns caras, mas tem que dar abertura – garante Nathália.