21 de julho de 2015 | N° 18233
POLÍTICA AUMENTO DE IMPOSTOS
Medidas ainda sem apoio de aliados
DIVERGÊNCIAS COLOCAM EM XEQUE a aprovação de propostas em
estudo, que devem ser apresentadas à Assembleia Legislativa em agosto. Líder do
governo no parlamento admite que a elevação de tributos não é consenso nem no
PMDB
O aumento de impostos em gestação nos bastidores do Palácio
Piratini está longe de ser unanimidade, mesmo entre os deputados que apoiam a
administração de José Ivo Sartori. Embora a base aliada seja maioria na
Assembleia, as divergências põem em xeque a aprovação do projeto, que deve ser
apresentado em agosto ao parlamento.
Revelada ontem por ZH, a proposta prevê a ampliação de 17%
para 18% da alíquota geral de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços
(ICMS), entre outras medidas. Líder do governo no Legislativo, Alexandre Postal
(PMDB) admitiu que a hipótese “não é consenso nem no PMDB”, partido do
governador. No meio empresarial, a possibilidade também é alvo de críticas.
– Não sei se é o momento adequado para levar a discussão
adiante. Por onde a gente passa, só se fala em crise e demissões. Quando a ex-governadora
Yeda Crusius propôs o aumento, votei contra – pondera Postal.
YEDA E OLÍVIO TENTARAM, MAS NÃO CONSEGUIRAM
Líder da bancada do PP, Frederico Antunes limitou-se a
afirmar que a sigla continua contrária ao aumento de impostos, apesar de apoiar
a atual gestão:
– Em novembro, nossa bancada já se manifestou sobre isso. Só
vamos voltar a falar do tema se a proposta for confirmada oficialmente.
Na oposição, o projeto também é motivo de discordância. Conforme
Luiz Fernando Mainardi, líder da bancada do PT, a legenda rejeita a “alteração
pura e simples de alíquotas”. Já o deputado Pedro Ruas (PSOL) teme que o
aumento seja repassado à população:
– No caso do ICMS, quem é taxado sempre repassa o valor.
Questionado sobre o projeto durante palestra em Bento Gonçalves,
ontem, Sartori disse que, por enquanto, nenhuma decisão foi tomada. Outros
governadores que tentaram alterar as alíquotas, entre eles Yeda Crusius (PSDB) e
Olívio Dutra (PT), não conseguiram.
juliana.bublitz@zerohora.com.br