30 de julho de 2015 | N° 18242
TECNOLOGIA NOVO SISTEMA OPERACIONAL
Será este o Windows definitivo?
VERSÃO 10 TERÁ UPGRADE gratuito para quem já usa versões originais, aposenta o Internet Explorer e agrega um assistente de voz. Microsoft busca manter a supremacia no mercado.
O número 10 não é à toa. Ao pular do 8 para a versão lançada ontem, o Windows indica que fecha um ciclo, corrige defeitos graves e finca o pé em novos setores. Gratuito para quem já tem Windows 7, 8 ou 8.1, o novo sistema operacional da Microsoft traz de volta o menu iniciar, aposenta o Internet Explorer e mostra o Cortana, assistente virtual da empresa dirigida por Satya Nadella.
Por falar em Nadella, esse é o primeiro grande lançamento da companhia sob a batuta do americano com ascendência indiana – que substituiu Steve Ballmer e foi nomeado CEO por Bill Gates em fevereiro de 2014. A intenção dele fica clara em frase destacada no evento de ontem:
– Queremos sair do momento em que as pessoas precisavam do Windows, para chegar a um momento em que as pessoas escolhem o Windows e, enfim, que elas amem o Windows.
Gustavo Lang, diretor de Windows da Microsoft no Brasil, considera essa versão quase um “Windows definitivo”:
– Quando a gente introduz o Windows como produto, não precisaria ter o 10 na frente. É a nossa plataforma, e o nosso compromisso é mantê-la sempre atualizada. Já fui perguntado se a Microsoft atingiu a perfeição, mas é exatamente o contrário, queremos renová-la com muito mais rapidez, constantemente.
Especialistas reforçam a importância do novo Windows para a gestão de Nadella. Ousado, o sistema operacional indica possíveis caminhos para a empresa, principalmente pelo fato de unificar a experiência do usuário em diversas plataformas. O novo Windows estará disponível para PCs, tablets, smartphones, Raspberry Pi, Xbox One, HoloLens, entre outras.
– É a chance de a Microsoft se reposicionar. Passar a ter sistemas não só para desktop, mas para tablet, celular etc. Ela começa a botar as mãos em um mercado que é todo do Android. E, ao disponibilizar o Windows de graça, a empresa passa a mensagem de que vende serviços, soluções, e deixa de ser uma companhia que vende o software – analisa Julio Machado, professor da Faculdade de Informática da PUCRS, que trabalha junto ao Centro de Inovação da Microsoft na universidade e já testou as versões beta do Windows 10.
Se o pulo do Windows 7 para o 8 foi um susto – o sistema operacional apresentou muitas mudanças que desagradaram os usuários e causou certa estranheza na base de consumidores –, a evolução para o 10 é mais suave. A colunista Vanessa Nunes, especialista em tecnologia, descreveu a transição como “nada traumática”, e o sentimento ao utilizar a nova versão “foi de alívio”. Isso porque defeitos e medidas antipáticas de anos passados foram corrigidos.
EMPRESA ESPERA CHEGAR A UM BILHÃO DE USUÁRIOS
O menu iniciar é um organizador. E funciona, como sempre funcionou. A aposentadoria do Internet Explorer era quase uma obrigação – o produto já havia se tornado piada e chegou a ser descrito pela própria Microsoft como “o navegador que você ama odiar”. Com o Edge, a experiência fica mais rápida, leve e atualizada.
Por último, o Cortana pode ser um atrativo bastante importante para possíveis novos consumidores. Bastante parecido com a Siri, software da Apple que responde a comandos de voz do usuário, o Cortana ainda não tem versão em português, o que atrapalha a experiência, mas parece ser uma evolução importante no escopo da Microsoft. A empresa garante que até o final do ano a versão para brasileiros estará disponível para os “Windows insiders” (grupo de usuários beta). Depois de aprovada, é liberada para todo mundo.
Com a nova versão, a Microsoft espera que 1 bilhão de pessoas usem o Windows até 2018. Nos Estados Unidos, o Windows 10 Home custa US$ 119 (cerca de R$ 402) para quem não tem versões posteriores ao Windows 7 em seu computador. A versão Pro sai por US$ 199 (cerca de R$ 672).
gustavo.foster@zerohora.com.br - *O repórter viajou a convite da Microsoft