08
de julho de 2014 | N° 17853
VERISSIMO
NA COPA
HIPÓTESES
Duas
maneiras em que a ausência do Neymar pode ajudar o Brasil, hoje.
Nosso
time entra em campo emocionado. A segunda parte do hino cantada a capela só aumenta
a emoção. Estão todos decididos a jogar como nunca em suas vidas, jogar pela glória
e a reputação de cada um, mas pincipalmente jogar pelo Neymar. A mensagem de
incentivo que o Neymar mandou antes do jogo lhes encheu o coração e lhes deu
ainda mais ânimo. Todos se superam, e entram nas bolas divididas como se
estivessem definindo os destinos da pátria.
A
Alemanha pode ter mais time, mas não tem a ausência do Neymar. A inspiradora
falta de Neymar guia os passos e os passes dos nossos jogadores. Que vencem o
jogo e dedicam a vitória ao companheiro abatido.
Esta
é a hipótese lítero-sentimental. Deu certo em vários filmes americanos, não há por
que não dar certo na vida real.
A
segunda hipótese é o time alemão entrar em campo constrangido. Não tem culpa
pelo que aconteceu a Neymar, mas quer evitar que algo parecido aconteça de novo.
Em respeito à dor brasileira, jogam não como os alemães grandes, duros e
impiedosos que são, mas como moças, simpáticas e solícitas.
Tiram
o pé nas divididas e pedem perdão a cada esbarrão. O Müller chuta todas para
fora, de propósito, e os outros preferem nem entrar na área brasileira, para não
haver o risco de sair um gol por distração, e aumentar nosso martírio. A
Alemanha perde o jogo, por compaixão, e nós vamos para a final.
Esta
é a hipótese Brasil-coitadinho. Não aposte nela.
MIX
A
hipótese de uma final Brasil x Argentina provoca um mix de reações, que vão de “que
maravilha!” a “nem me fale!” e incluem a vontade que uma Copa sensacional tenha
um desfecho à altura e o temor de que se repita a Grande Desilusão de 1950, com
argentinos no papel de uruguaios. O que eu diria? “Que vengan!” – mas com voz
trêmula.