sábado, 4 de julho de 2015



04 de julho de 2015 | N° 18214 
MOISÉS MENDES

Que tempos!

Ah, Maju, o que seria de todos nós, em meio ao drama dos que fogem do Estado Islâmico, das denúncias do mais novo delator da Lava-Jato, do aumento da luz e da crise na Grécia, se não fossem as tuas previsões do tempo no Jornal Nacional?

Tudo o que você não merece é que as nuvens empurradas pelos racistas de um lado para outro parem agora sobre a tua cabeça. Que venham as frentes frias, as ressacas, as ventanias, mas não o preconceito incapaz de assimilar direito até mesmo a ascensão da mais bela moça do tempo de todos os tempos da TV brasileira.

A mais bela, a mais criativa, a mais surpreendente e – vou dizer, sem medo de racistas – a mais brasileira. A TV precisava de alguém que falasse do tempo com o atrevimento e a leveza de Maju, com seu sotaque brejeiro e a sensação boa de que está falando de garoas na sala da nossa casa. Que bom, nesses tempos sombrios, que a renovação do jornalismo do tempo na TV tenha sido feita por uma negra.

Dia desses, você disse: teremos no Sul uma frente fria que traz aquela massa de ar polar na cola. E depois falou, quase cantando: e chove chuva, chove sem parar.

Como alguém pode insultar quem mistura tempo, literatura, música e humor? Hoje, eu faço a previsão: chegará o dia em que os racistas enfrentarão um longo período de seca, Maju. Que teu sábado seja ensolarado.