05 de julho de 2015 | N° 18215
CARPINEJAR
Invasores
– Já que ele não vai ficar comigo, não vai ficar com mais
ninguém.
Assim também esquece que ele jamais olhará novamente para
sua cara. Tentar destruir a próxima relação de seu ex ou flerte postando
mensagens ofensivas e insinuações na web ou até mesmo mandando prints de
conversas antigas é atitude de recalcada. Desceu sem volta o seu espírito para
o inferno mais remoto. Não há depois como salvar o respeito e a reputação. É
gesto de megera, de bruxa, de burra, de psicopata, onde os fins justificam os
meios.
Pode estar desesperada, louca, histérica, mas até o jogo da
sedução é constituído de regras e etiqueta, não é um vale-tudo emocional, o que
não é reciproco deixa de vigorar como realidade, cabe respeitar a decisão de
sua companhia, mesmo que um dia tenha recebido juras. Nada de destituir a
liberdade do outro, que tem todo o direito de reavaliar o trajeto, não querer o
relacionamento e trocar de opinião. Nada de bancar a hacker e entrar em contas
alheias em nome de uma dor-de-cotovelo.
Depois de perder o amor, é muito fácil perder o amor próprio
e despencar para a grosseria.
Não é não, o não está a léguas de significar um charme, não
é para insistir se não existe abertura, não é uma provocação, um desafio e uma
oportunidade para provar o seu valor.
Se ele não quer ficar junto, não se rebaixe e, o mais grave,
não busque rebaixar todo mundo. Não arraste inocentes para seu túmulo. Se está
infeliz, não espalhe a infelicidade. Aceite a derrota e o fracasso com
humildade. Não procure sofrer acompanhando a novela do amor recente nas redes
sociais. Não fique investigando o perfil da nova namorada. Não faça comparações
e conclusões distorcidas, não crie tumulto e fakes. Policial amador é
criminoso.
Ele não quis permanecer a seu lado quando apresentou seu
melhor, não é com o pior que mudará seu conceito. Compreensão e respeito são
capazes de trazer alguém de volta, jamais mentira e invasão de privacidade.
Isso serve para homens e mulheres.
Não provoque o desprezo. O desprezo é a paixão azedando,
vinho virando vinagre, sem rótulo e safra para ser lembrado. Quando o
sentimento acaba por uma das partes, é necessário ser amigo do tempo. O tempo
cordial é a única esperança que resta.