quarta-feira, 11 de junho de 2025


11 de Junho de 2025
ARTIGOS

Apoio à agricultura gaúcha

Milton Bernardes - Superintendente do Ministério do Desenvolvimento Agrário/RS

A agricultura gaúcha atravessa um dos períodos mais difíceis de sua história recente. Diante de adversidades climáticas severas, o governo federal tem atuado de forma estruturada para apoiar agricultores familiares, assentados e comunidades tradicionais, com medidas emergenciais e ações de recuperação e fortalecimento da atividade produtiva. O governo vem agindo com firmeza e planejamento, com ações e recursos vultosos.

Desde abril, foram destinados mais de R$ 9 bilhões em recursos diretos para o setor no Rio Grande do Sul. Entre as iniciativas, destacam-se os descontos em dívidas do Pronaf, com 140 mil operações e 80 mil agricultores beneficiados, somando R$ 1 bilhão. A nova linha emergencial do Pronaf já mobilizou R$ 1,2 bilhão em crédito, com juro zero, carência de três anos e condições diferenciadas para municípios em calamidade.

O apoio inclui 68 mil suspensões de pagamentos via Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e linhas especiais que somam R$ 5,7 bilhões, beneficiando produtores de todos os portes. No campo social, são 153 mil cestas de alimentos distribuídas, 650 cozinhas solidárias abastecidas e R$ 358 milhões investidos na recuperação de estradas, infraestrutura e habitações em áreas de assentamento.

O Proagro segue ativo, com 9.244 solicitações de cobertura aprovadas e R$ 829 milhões assegurados. O governo trabalha, ainda, em novos estudos para ampliar instrumentos de apoio à renda e ao crédito adaptados à realidade climática, reafirmando o compromisso com a sustentabilidade econômica e social no campo.

Desde o início, o governo Lula permanece presente e atento às demandas do setor. A reconstrução rural exige presença constante e soluções reais, e isso está sendo feito. O Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) e órgãos vinculados mantêm diálogo permanente com entidades e governos locais para garantir a proteção dos produtores e a continuidade da produção, essencial à segurança alimentar e ao equilíbrio social do país. _

A reconstrução dos pequenos negócios ainda não terminou

Augusto Martinenco - Gerente de Competitividade Setorial do Sebrae RS

Um ano se passou desde a enchente que atingiu o Rio Grande do Sul. E, embora os sinais de recuperação existam, a retomada dos pequenos negócios, um dos motores da economia gaúcha, ainda não está completa. É o que revela a Pesquisa de Impacto 2025 - Eventos Climáticos, conduzida pelo Sebrae RS com empreendedores de regiões atingidas.

De acordo com o levantamento, apenas 46% das empresas afetadas já operam normalmente. Grande parte ainda caminha em ritmo de reconstrução. Por outro lado, há os que não conseguiram retomar as atividades. O estudo escancara os prejuízos e as dificuldades, mas também demonstra a resiliência e a força dos empreendedores gaúchos. Mesmo com perdas de estoque, estrutura e clientes, muitos continuam firmes, movidos por um espírito de reconstrução que ultrapassa os limites físicos das cidades.

Ao observar esses dados, é inevitável refletir sobre a força dos pequenos negócios e a sua capacidade de impulsionar a reconstrução de um Estado cuja economia se mostra historicamente resiliente. Mais do que estatísticas, esses números apontam para uma jornada coletiva, que nós, enquanto sociedade e instituições de apoio, seguimos trilhando junto aos empreendedores.

Além das perdas materiais, o impacto emocional e estratégico também é evidente: os relatos demonstram a dificuldade para conquistar novos clientes, bem como a necessidade de reorganizar a gestão e de adotar medidas preventivas para desastres futuros. Ou seja, o processo de reconstrução precisa ir além da infraestrutura, exigindo apoio técnico, financeiro e emocional.

A resposta empreendedora é uma demonstração de coragem e persistência, mas resiliência sozinha não basta. São necessários esforço contínuo de políticas públicas, suporte institucional e solidariedade para garantir que esses negócios, e as comunidades que dependem deles, possam não apenas sobreviver, mas voltar a prosperar. _

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