
ATIVIDADE ECONÔMICA
PIB do Rio Grande do Sul registra alta de 1,3% no primeiro trimestre. Resultado se dá sobre os três últimos meses do ano passado e foi puxado pela agropecuária, em razão de efeito sazonal e estiagem mais tardia, o que poupou algumas culturas. Indústria subiu 0,2%, enquanto ramo de serviços recuou 0,2%. Avanço ocorre em linha com o observado no país, que subiu 1,4%
Com o tradicional efeito do agronegócio, a economia do Rio Grande do Sul começou o ano com resultado positivo. O Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 1,3% no primeiro trimestre ante o agregado dos três meses imediatamente anteriores.
Os dados foram divulgados, ontem, pelo Departamento de Economia e Estatística (DEE), vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão. O avanço ocorre em linha com o observado no país, que teve alta de 1,4% no mesmo período.
O aumento no PIB foi puxado pela agropecuária, que subiu 27,3%. A indústria variou na margem, com leve crescimento de 0,2%. O setor de serviços recuou 0,2%.
Estiagem tardia
O DEE atribui o bom desempenho da agropecuária a dois fatores principais. O primeiro é uma estiagem mais tardia no Estado neste ano, o que poupou algumas culturas. O outro é a comparação de culturas diferentes entre o primeiro e o quarto trimestre, que teve a produção abaixo do esperado.
- (O impacto da estiagem) vai aparecer com maior nitidez no segundo trimestre, na soja. Mas arroz, fumo, milho, uva, que são os principais produtos do primeiro trimestre, não foram atingidos. Isso explica o crescimento da agropecuária em relação ao quarto trimestre, que também foi um trimestre abaixo da tendência - diz o pesquisador do DEE Martinho Lazzari.
Além de Lazzari, o evento contou com a participação do secretário adjunto da secretaria, Bruno Silveira, e do diretor do DEE, Pedro Zuanazzi.
O professor Maurício Weiss, do Programa de Mestrado Profissional de Economia (PPECO) da UFRGS, lembra que a queda no ramo de serviços na arrancada do ano pode ocorrer, em parte, em razão da comparação com um período mais aquecido:
- O setor de serviços recuou só na perspectiva que compara o trimestre exatamente anterior, é um movimento tradicional, pois o setor de serviços no último trimestre tende a ser maior, concentrado nas compras de final de ano. Na comparação com o mesmo período de 2024, mostra alta, condizente com o restante do país e reflete o aumento da renda.
Na indústria, o resultado do primeiro trimestre contra o trimestre imediatamente anterior ocorre na esteira de altas na margem nos segmentos de transformação e extrativa mineral, segundo o DEE. _
Leitura incerta para os próximos meses
Os pesquisadores do DEE afirmam que a quantidade de fatores atuando sobre a economia nacional e regional dificultam uma leitura mais clara sobre o desempenho da economia nos próximos trimestres. Existe praticamente um consenso sobre desaceleração diante de fatores macro, como efeito cheio do juro alto e diminuição nas transferência de renda.
No caso do Rio Grande do Sul, incentivos via reconstrução do Estado podem mitigar a perda de ritmo. No entanto, o esperado efeito negativo da estiagem sobre a soja, principalmente no segundo trimestre, coloca um asterisco sobre o potencial desse impacto, segundo Martinho Lazzari. Pedro Zuanazzi reforçou a avaliação:
- No segundo trimestre, a gente já sabe que a soja vai estar puxando para baixo, porque vai pegar o efeito da seca. Então, essa é uma força puxando para baixo. Se isso acabar gerando queda no PIB gaúcho, sem dúvida alguma, essa queda seria maior se não fosse o efeito da reconstrução.
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