
Pressionado, Haddad admite mudar IOF
Sob pressão inédita, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, admitiu ontem fazer mudanças adicionais no decreto que aumentou o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), desde que governo e Congresso se comprometam a fazer mudanças estruturais no orçamento.
Em entrevista dada às pressas ao chegar ao ministério, Haddad afirmou que serão corrigidas "outras distorções do sistema financeiro" para ajustar os problemas mais graves do IOF e apresentada a tal "alternativa" que o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), deu prazo de 10 dias para aparecer. O objetivo é apresentar antes da viagem do presidente Luiz Inácio Lula à França, ou seja, até terça-feira à noite.
Não preciso dos 10 dias, sabemos o que precisa ser feito. Precisamos tomar uma decisão política do que será feito. Diante do que eu ouvi, acredito que essa semana a gente possa resolver e melhorar tanto a regulação do IOF quanto, mas aí combinado, as questões estruturais - disse.
Problemas na equação
Parece confuso? É porque está. É preciso lembrar: primeiro, que, em dezembro, o Planalto barrou medidas estruturais de corte de gastos levadas pela equipe econômica e, depois, que Motta encarregou o relator da medida provisória da reforma administrativa, Pedro Paulo (PSD-RJ), de incluir no projeto medidas estruturais de ajuste fiscal como desvinculações dos benefícios previdenciários ao salário mínimo e dos pisos constitucionais de despesas com saúde e educação à receita da União.
Há dois problemas nessa equação: um é aumentar, pela via da judicialização do decreto de IOF, o volume do pagamento dos precatórios já prorrogados, porque, se já está difícil alcançar a meta fiscal agora, com essa despesa fora das contas, em 2027 - quando volta a ser contabilizada - pode garrotear de vez os gastos. Essa conta era chamada de "meteoro" pelo ex-ministro da Economia, Paulo Guedes.
Outro é, como sempre, cobrar a conta do ajuste apenas das faixas de menor renda da população. Motta chegou a mencionar a necessidade de revisar o "gasto tributário", ou seja, a conta dos subsídios e incentivos também conhecida como "bolsa empresário", mas o assunto não apareceu quando Pedro Paulo mencionou as tarefas que recebeu. _
Ameaças de Donald Trump, como a duplicação da tarifa para aço e alumínio, desvalorizaram o dólar em comparações globais. No Brasil, o suspense sobre o IOF também pesou, e a moeda fechou ontem com alta de 0,75%, para R$ 5,675.
No ponto mais alto
Um dos pontos mais elevados do bairro Bela Vista, em Porto Alegre, vai receber um dos prédios mais altos da região: o Veríssimo, de 22 pavimentos, incluindo dois subsolos.
Localizado em frente à Praça Bela Vista, também conhecida como Praça da Caixa D?Água, o empreendimento, projetado pela Tomasetto Engenharia, tem valor geral de vendas (VGV) de R$ 85 milhões.
São 16 apartamentos, com valores a partir de R$ 4,4 milhões. Todas as unidades têm 202 metros quadrados. O edifício fica na Rua Veríssimo de Matos, 151.
As obras devem começar em outubro, com previsão de entrega para 2029. O Veríssimo terá garagens americanas: vagas de estacionamento do tamanho de microapartamentos - ou seja, de 40 metros quadrados. Podem abrigar desde sala de jogos até servir como depósito. _
Microapartamento por mais de R$ 500 mil
Quem quiser comprar um imóvel de até 30 metros quadrados no bairro Três Figueiras, em Porto Alegre, terá de gastar cerca de R$ 586 mil. A região tem a segunda maior média de preços de microapartamentos entre os bairros das capitais da Região Sul, só perde para Ingleses, em Florianópolis.
O levantamento é da Loft e analisa 2,2 mil anúncios de imóveis residenciais do tipo, também chamados de studios. Foram considerados apenas bairros com ao menos 10 anúncios disponíveis.
Em outras cinco regiões de Porto Alegre, o preço médio de um microapartamento também é superior a R$ 400 mil: Auxiliadora, Mont?Serrat, Rio Branco, Petrópolis e Farroupilha.
- O valor final dos studios é mais acessível do que unidades maiores, mas o preço por metro quadrado costuma ser elevado. E muitos apartamentos compactos em Porto Alegre estão concentrados em bairros valorizados, onde o metro quadrado já é tradicionalmente mais alto - afirma o gerente de dados da Loft, Fábio Takahashi.
O especialista ainda observa que a Capital tem um mercado mais maduro de investidores imobiliários que buscam rendimento por aluguel.
- Como a oferta de microapartamentos está fortemente voltada para esse público, os preços são mais altos pela expectativa de retorno financeiro - acrescenta Takahashi.
Porto Alegre lidera oferta
Além dos preços, o levantamento da Loft aponta os bairros com maior oferta de imóveis com até 30 metros quadrados na Região Sul. Porto Alegre domina as primeiras posições, com oito dos 10 bairros com maior quantidade de anúncios de studios na Região Sul.
- Grandes incorporadoras de Porto Alegre adotaram os studios como estratégia principal nos últimos cinco ou 10 anos. A cidade concentra universidades reconhecidas e muitos profissionais jovens que buscam morar sozinhos, alimentando a demanda por moradias menores, bem localizadas e com baixo custo de manutenção - diz Takahashi. _
As maiores médias
Local Bairro Preço
Florianópolis Ingleses R$606 mil
Porto Alegre Três Figueiras R$586 mil
Florianópolis Jurerê R$584 mil
Porto Alegre Auxiliadora R$479 mil
Porto Alegre Mont?Serrat R$463 mil
Porto Alegre Rio Branco R$455 mil
Porto Alegre Petrópolis R$438 mil
Florianópolis Centro R$436 mil
Porto Alegre Farroupilha R$403 mil
Porto Alegre Boa Vista R$390 mil
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Ousado no ritmo e modesto no valor
Para quem não acompanha a movimentação sobre projetos de hidrogênio verde no Brasil e no mundo, os prazos do edital do governo do RS para bancar parte da instalação de unidades no Estado podem ser considerados desafiadores. Será só um mês, até julho, com prazo contratual para operação em 24 meses.
Tamanho desafio não seria assumido sem sinais de mercado de que há apetite para aproveitar os R$ 102 milhões que o poder público está oferecendo como subvenção, ou seja, recursos disponibilizados a fundo perdido. Considerando, porém, que as cifras que costumam estar envolvidas em investimentos em hidrogênio verde fiquem na casa dos bilhões, o limite de subvenção de R$ 30 milhões por projeto parece modesto. Para justificar a cifra, o secretário da Casa Civil, Artur Lemos, afirmou que a intenção é desenvolver unidades em escala industrial, mas para consumo local. A ambição, afirmou, é ter produção de um a cinco megawatts em cada um.
Pelas características do edital e do objeto, os projetos precisam ficar em áreas com abundância de água - condição para fazer a eletrólise, tecnologia básica do hidrogênio verde - e próximas de centros de consumo. E precisa ter 100% do abastecimento de energia por fontes naturais. _
Projetos possíveis
Memorandos existentes em hidrogênio verde que são potenciais candidatos ao edital
White Martins (dezembro/21)
Enerfin (março/22)
Ocean Winds (junho/22)
Neoenergia (agosto/22)
Prefeitura de Rio Grande (fevereiro/23)
Green En.IT e Ventos do Atlântico (maio/23)
CMPC (setembro/23)
Equinor-Portos RS (setembro/23)
CPFL Energia (setembro/23)
Arpoador Energia e Mitsubishi Power (agosto/2024)
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