sexta-feira, 6 de junho de 2025


06 de Junho de 2025
GPS DA ECONOMIA - Marta Sfredo

Cautela sobre "solução estrutural" no rombo

Depois da reação que sinalizava alta expectativa de uma efetiva "solução estrutural" para o buraco nas contas públicas deste ano e de 2026, agora a sensação predominante é de cautela. O "jogral" feito pelos presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos- PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), havia ajudado a cristalizar a percepção de uma alternativa de mais longo prazo ao aumento do Imposto sobre Operações Financeira (IOF).

No entanto, as poucas informações existentes sobre o conteúdo do "pacote fiscal" não consolidaram essa expectativa, nem no mercado nem entre especialistas em contas públicas. Podem ser vazamentos parciais ou incorretos - dos quais reclamou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad -, mas o que se sabe até agora provoca mais desconfiança do que conforto.

As medidas que frequentam as mesas - não de apostas, mas de operações de mercado - guardam semelhanças: incluem freio ao crescimento do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) e uma revisão geral de benefícios fiscais, o chamado "custo tributário".

Ponto que divide o mercado

A hipótese de revisão de incentivos ganhou robustez porque o presidente Luiz Inácio Lula da Silva mencionou o valor a que teria chegado a chamada "bolsa empresário", de R$ 800 bilhões ao ano. Esse é um número que ainda não foi oficializado, tampouco detalhado. Só é mencionado por integrantes da equipe econômica. Teria origem em questionário relativamente novo da Receita Federal que exige detalhamento dos benefícios usufruídos. O dado oficial do orçamento deste ano já é de espantosos R$ 587,4 bilhões.

Uma eventual revisão geral, como a especulada, teria poderoso efeito fiscal, de fato, mas esse é um ponto que divide mercado, Congresso e especialistas em contas públicas. Os estudiosos dos "buracos negros" do orçamento são entusiastas, o mercado deplora, porque afeta empresas, e os integrantes do Congresso só não expressam incômodo para não ficar chato, porque sofrem pressão de seus grupos de interesse.

Então, parte do desconforto vem daí. E parte vem do fato de que não está parecendo que pode cair, de fato, alguma das vinculações do orçamento, seja a da despesas de saúde e educação à receita, seja a dos benefícios previdenciários ao reajuste real do salário mínimo. _

Um telefonema entre os presidentes dos EUA, Donald Trump, e da China, Xi Jinping, levou o dólar a R$ 5,586 ontem, cotação mais baixa desde outubro de 2024. Tudo o que se soube é que teria sido "positivo para ambos os países".

A GurIA que vai falar com todos os gaúchos

Pode-se dizer que a GurIA, a inteligência artificial que vai conectar serviços públicos estaduais a todos os gaúchos, é filha da enchente. Embora já houvesse planos de uma ferramenta mais proativa, foi no sufoco para fugir da água que sua vinda ao mundo foi acelerada. Foi desenvolvida no Estado, com parceria do Centro de Tecnologia da Informação e Comunicação do Estado (Procergs), da Amazon Web Services (AWS) e da IBM. A coluna havia antecipado a nova fase de interação, que era prevista para abril, mas atrasou um pouquinho.

Treinada para falar "gauchês", a GurIA é uma assistente virtual por texto ou voz baseada em IA generativa - já que se mencionou família, seria prima distante do ChatGPT. E como a tecnologia básica é da IBM, é sobrinha do já respeitável Watson em sua versão X.

Watson foi uma versão pioneira de algo parecido com inteligência artificial, surgido há uma década Agora, o Watson X é sua versão generativa.

A GurIA está disponível no portal www.rs.gov.br e pelo Whats­App (51 3210-3939). Entre suas habilidades, está a recomendação de serviços conforme o perfil do usuário.

A IA generativa do serviço público gaúcho tem selo de certificação no WhatsApp para reduzir risco de fraudes e golpes. Lançada pelo governador Eduardo Leite, teve apresentação com holograma interativo.

- Mais do que tecnologia, estamos falando de inclusão, respeito ao tempo e à realidade de cada pessoa. A GurIA é um símbolo desse novo momento: um governo que escuta, compreende e age, que facilita o acesso e torna a experiência pública mais simples, intuitiva e útil para todos - disse Leite.

Conforme a secretária de Planejamento, Governança e Gestão, Danielle Calazans, a GurIA vai usar linguagem acessível, com foco em orientar o cidadão com precisão e agilidade. À coluna, um tempo atrás, já havia prometido que a IA gaúcha não vai ficar mandando "bom dia" indesejado:

- Com o tempo, vai funcionar como a Netflix, vai entender o perfil do cidadão e interagir com ele, com o cuidado de não ser invasivo demais - detalhou Danielle. _

Venda acelerada

A Melnick apresenta dois novos edifícios residenciais na zona norte da Capital. Na primeira fase, que inclui só uma das torres, foram vendidos 60% dos apartamentos em cerca de 15 dias. São unidades de dois e três dormitórios, de até 125 m2, na Rua Carlos Legori, 590, no bairro Boa Vista. O valor geral de vendas (VGV) da primeira torre é de R$ 115 milhões.

A segunda fase vai incluir apartamentos de três dormitórios, com áreas entre 125 e 410 m2. O VGV ainda não é informado. _

Sinal de celular mais sustentável

Enquanto avança na cobertura 5G na Capital, a Claro dá passos verdes na Grande Porto Alegre: Guaíba vai receber a sétima usina solar da operadora no RS.

A unidade vai compor o programa de energia da Claro, de geração distribuída de energia renovável, iniciado em 2017. No Estado, há capacidade instalada de cerca de 30 MWp, o que permite que 80% dos clientes gaúchos estejam conectados a sinal de celular mais sustentável.

As usinas gaúchas do projeto da Claro ficam em Uruguaiana, Guaíba, Alegrete, São Sepé, Santa Vitória do Palmar e Itaqui. Ao todo, são 109 usinas de energia limpa no país.

O reforço sustentável em Guaíba ocorre no Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado ontem. _

GPS DA ECONOMIA

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