
10 de Junho de 2025
"Alternativa" é polêmica, mas não pressiona dólar
Ontem, o dólar chegou a subir, pela manhã, diante das críticas à "alternativa" ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Mas o mercado de câmbio não viu motivo para se estressar e a moeda americana variou mais 0,14% para baixo, fechando em R$ 5,562. Já são três dias abaixo da barreira psicológica de R$ 5,60.
É bom lembrar que a decepção com o pacote de corte de gastos levou o dólar a encostar em R$ 6,30 em dezembro passado. Desta vez, também não atendeu à expectativa, mas não houve reação exacerbada.
O pacote inclui aumento de taxação das bets (apostas esportivas) de 12% para 18%, tributação de 5% sobre investimentos hoje isentos, como LCI, LCA, CRI e CRA, taxação de fintechs em níveis semelhantes aos dos bancos e um corte linear de 10% do chamado "custo tributário", ou seja, subsídios e incentivos fiscais do governo federal.
Com propostas focadas em 2026, a parte do embrulho que mira em fechar o rombo deste ano propõe transformar a "escadinha" que hoje taxa os investimentos de renda fixa entre 22,5% e 15%, dependendo do tempo em que os recursos ficam aplicados, em 17,5% fixos, para qualquer prazo - a média atual. Esse seria o alvo da medida provisória que substituiria a maioria das alíquotas do IOF que foram elevadas e passaria a valer para criptomoedas.
Boa parte das medidas é focada em 2026, porque há medidas que exigem anualidade, ou seja, aprovadas em um ano, só podem ser cobradas no seguinte, ou noventena, só aplicada 90 dias depois da aprovação.
De estrutural - com efeito duradouro - no pacote, só a redução do chamado "gasto tributário". E deve ser o foco da maior resistência, o que deixa em dúvida o real potencial da "alternativa". O que era considerada "solução estrutural", ainda que desidratada, não avançou. A equipe econômica pretendia travar o aumento da compensação que a União faz ao Fundeb. Até 2020, era de 10%, mas uma emenda constitucional aprovada no governo anterior levou a 21% neste ano e a 23% em 2026. Outra proposta era barrar o acesso judicial ao Benefício de Prestação Continuada (BPC) que retira rendas do cálculo de rendimento familiar per capita para definir a necessidade do benefício. _
Exploração mais intensa do Litoral
Duas empresas norueguesas planejam começar a buscar petróleo no litoral gaúcho no próximo mês. A pesquisa sísmica da TGS deve ocorrer na porção mais ao sul da Bacia de Pelotas, já a da PGS, na fatia mais ao norte, na divisa com Santa Catarina.
Em outubro, outras duas empresas, Viridien e SLB WesternGeco, esperam iniciar seus estudos. A previsão é concluir as atividades só em janeiro de 2028. Em tese, uma eventual perfuração só ocorreria depois disso, a menos que um resultado intermediário mostre alguma formação com alto potencial de existência de óleo ou gás.
Os cronogramas previstos pelas empresas, assim como as áreas das atividades, estão indicados em documento (veja íntegra via QR code) produzido para Reuniões Técnicas Informativas (RTIs) realizadas em Rio Grande e Itajaí (SC), cidades portuárias. O material é assinado por TGS, PGS, Viridien e SLB WesternGeco.
Todos os estudos devem ocorrer a pelo menos 96 quilômetros da costa e em profundidades que variam entre 200 e 4 mil metros. Três devem operar na parte sul da Bacia de Pelotas, em território gaúcho. O estudo que reúne Shearwater e Searcher Seismic está pausado neste momento, depois de operar por cerca de seis meses. _
Um banco operado só por inteligência artificial
Como seria um banco que funciona só por comando de voz, texto ou imagem, movido por inteligência artificial e operado em aplicativo sem botões? É a proposta do Max, nova instituição de pagamento da Appmax.
A fintech gaúcha é especializada em soluções de pagamento para e-commerces e negócios digitais, mas agora vai apostar em um banco 100% digital e operado por IA.
Conforme a cofundadora e vice-presidente de novos negócios da Appmax, Betina Wecker, a lógica de funcionamento do Max é parecida com a do ChatGPT. A estrutura tecnológica, no entanto, é própria da Appmax.
- O cliente entra, conversa com o Max, pede para fazer um pagamento por Pix ou boleto, e o Max faz. Pode ser tanto por WhatsApp quanto por aplicativo, em áudio, texto ou imagem - diz.
Será possível abrir contas, realizar pagamentos e transferências e acessar suporte de forma conversacional. O Max também vai poder fazer recomendações de investimentos e até compras com base no perfil de cada cliente.
Por enquanto, o Max está disponível só para clientes da Appmax e convidados. _
Entrevista - Fabio Faccio - CEO da Lojas Renner
"No futuro, podemos ter mais unidades de negócio"
Às vésperas dos 60 anos completados hoje, a Renner separou a vice-presidência de operações em duas: uma só Renner e outra para Youcom, Camicado, Ashua e Repassa.
? A mudança na gestão às vésperas do aniversário é passagem para futuro?
Nesses 60 anos, a empresa passou por vários ciclos, várias gerações. Estamos em um ciclo importante, com crescimento, melhoria, mais encantamento, mais crescimento, mais rentabilidade. Para crescer da melhor forma possível, reorganizamos para que seja mais ágil. Sem a necessidade de atender à Renner, que terá vice-presidência própria, a unidade de negócios ganha mais autonomia e agilidade.
?Pode ampliar a abrangência?
No futuro, podemos ter mais uma ou outra unidade de negócio. Não agora, mais à frente.
? Existe algo no radar?
Sinceramente, não. Agora estamos buscando só agilidade e eficiência maiores. Se no futuro, daqui a alguns anos, decidirmos acrescentar outros negócios, não haverá necessidade de organizar tudo de novo.
? Como a Renner mantém seu compromisso com a sustentabilidade em um momento em que essa posição é questionada?
Existe uma polarização, mas não é uma escolha ter responsabilidade social e ambiental ou financeira. Tem de ser tudo. Queremos ter moda responsável e produtos cada vez melhores. Crescimento com responsabilidade, feito de forma sustentável, é importante para a perenidade do negócio. E todas as medidas de sustentabilidade ambiental e social melhoram nosso desempenho financeiro.
No ciclo anterior, havíamos nos comprometidos a ter 80% da nossa energia obtida de fonte renovável. Chegamos a 100% em 2021, com economia de custos. Já temos 80% dos produtos com alguma característica mais importante para o ambiente. Queremos chegar a 100%. Desenvolvemos novas matérias-primas, reduzimos desperdícios. É bom para o planeta e para o cliente. _
Depois de longa reunião com Haddad, o presidente da Câmara, Hugo Motta, diz que não há "compromisso em aprovar" medidas.
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