Jaime Cimenti
Eleições 2014. Diga lá, meu Deus!
Pois
é, Mr. Phillipson, nós também procuramos entender o que está acontecendo por
aqui, nestas trepidantes e mutantes eleições de 2014. Se para o senhor, que é estrangeiro
e experiente brasilianista, não está fácil entender o panorama nacional,
imagine para nós, envolvidos racional e emocionalmente com a coisa e sofrendo,
tantas vezes, os efeitos da miopia da proximidade.
Está
difícil. Estamos divididos e, por vezes, os divididos de um lado se bandeiam,
de uma hora para outra, para a outra banda. Nulos, indecisos, abstenção, votos
de último minuto, não é mole. Haja instabilidade e fragmentação pós-moderna. Metamorfose
ambulante é coisa do passado, estamos agora em tempos de metamorfose volátil,
no mínimo.
Os
analistas políticos, os historiadores e os institutos de pesquisas, ao invés de
nos fornecerem alguma luz, na maior parte do tempo nos deixam ainda mais
atarantados, com suas dúvidas, incertezas, entrelinhas e margens de erro. As
estranhas e por vezes inexplicáveis coligações, os anúncios, acordos e apoios
de última hora, as notícias e tudo o mais, nos deixam numa situação de querer
opinar. Se ficamos quietos, é porque estamos em cima do muro; se opinamos, aí é
risco de perda de amizades e afetos. Complicado.
Neste
domingo, após mais acontecimentos, verdades, inverdades, nascimentos, mortes,
denúncias e até anúncios de alguma coisa em termos de planos de governo, vamos,
democraticamente, às urnas, que, esperamos, estejam em boas condições e
reflitam exatamente o conteúdo dos votos nelas depositados. Ainda bem, ainda
bem que estas eleições têm data para terminar. Ninguém aguenta mais.
Após
as lutas eleitorais, os feriados, as festas de fim de ano, do verão e do carná,
no início efetivo de 2015, lá por março, acho que precisaremos fazer um esforço
mínimo de união em torno do que interessa ao Brasil e aos brasileiros.
Agora,
é tentar votar com os possíveis amor, razão, emoção, humor, paciência, gana e
paz e brigar o mínimo que der com o próximo, por causa dessas políticas e políticos.
Eles, como todos nós, sabem que o parto
do Brasil é demoradíssimo, que esse País não é para principiantes e que, quase
sempre, é bem mais fácil amar o Brasil do que tentar entender suas intermináveis
mazelas. Tomara que, ao fim e ao cabo, aconteça o melhor para todos, “ditos” vencidos
e vencedores, mas irmãos nascidos na mesma terra tropical, graças a Deus, ele
também brasileiro. Em quem será que ele vai votar? Diga lá, meu Deus!
Jaime
Cimenti