18
de outubro de 2014 | N° 17956
ARTIGO
- FERNANDO WEBER MATOS*
O MÉDICO E AS PROMESSAS NA
SAÚDE
Se
boa parte das promessas feitas nos pa la nques fosse cumprida, a saúde pública
no Brasil seria mesmo de “excelência”, para usar o termo ufanista empregado
pelo ex-presidente Lula em 2006, numa de sua
Com
mais dinheiro injetado na saúde, a assistência seria de melhor qualidade e os
médicos trabalhariam em condições dignas. O governo poderia implantar um plano
de carreira no sistema público de saúde, a exemplo do que existe no Judiciário,
para promover a interiorização dos médicos e demais profissionais da saúde.
Sim,
o médico sozinho nos lugares mais afastados pouco pode fazer em termos de
resolutividade se não tiver estrutura e uma equipe de trabalho. Só assim, ele
pode prestar o atendimento que o cidadão brasileiro merece, diminuindo a
necessidade de encaminhamento do paciente para outros centros.
Neste
18 de outubro, Dia do Médico, diante das dificuldades impostas ao trabalho
médico em função do investimento insuficiente e da má gestão da saúde em todos
os níveis, queremos reiterar que estamos e sempre estaremos ao lado do médico
que, mesmo com dificuldades, trabalha por dias melhores na saúde e não mede
esforços para atender seus pacientes.
Por
isso, repudiamos com veemência qualquer tentativa de atribuir mazelas do
sistema público de saúde aos médicos.
Lamentavelmente,
a saúde dos palanques e dos horários políticos no rádio e na TV é muito
diferente daquela que encontra o cidadão comum – não aquele que pode recorrer a
hospitais particulares de ponta – quando necessita atendimento em situação de
emergência, seja portador de um plano de saúde privado ou dependente do SUS.
Então,
estamos diante de ações equivocadas, que não atendem aos interesses e clamores
da sociedade. Como pode estar no caminho certo uma política que só tem feito
menosprezar o médico registrado nos Conselhos de Medicina? Personagem central
de qualquer programa sério de saúde, o médico não é valorizado adequadamente,
diferente dos profissionais importados para o programa Mais Médicos.
Não
podemos ficar calados, de braços cruzados, diante de ações que atingem o médico
e toda uma sociedade que sempre soube valorizar a nobre atividade daqueles a
quem todos recorrem – inclusive seus maiores detratores – e que têm como
objetivo de vida curar, salvar e amenizar sofrimento.
Presidente
do Cremers - FERNANDO WEBER MATOS