24
de outubro de 2014 | N° 17962
PAULO
SANT’ANA
A resposta dos banrisulenses
Arespeito
de minha coluna de ontem, recebi inúmeros comentários de clientes e funcionários
do Banrisul, com visões opostas da greve. Como é tradição deste espaço, estou
publicando a nota da Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Instituições
Financeiras do RS, representativa dos bancários.
A
responsabilidade pela greve é do Banrisul
A
greve em curso dos empregados do Banrisul tem o objetivo central de conseguir
que o banco atenda às justas reivindicações dos seus trabalhadores, aprovadas
em fóruns democráticos e legítimos e referendadas nas 38 assembleias dos
Sindicatos de Bancários do Estado e tantos outros Brasil afora. Nas negociações,
o Banco sistematicamente negou as reivindicações. Por isso, bancários e bancárias
não tiveram outro modo de pressionar seu empregador a não ser através do último
recurso: a greve. Repete-se: não tiveram nenhum outro recurso.
É lógico
que uma greve acaba causando transtornos à sociedade. Porém, o culpado pela
paralisação dos serviços é o próprio banco, que não atende às justas e antigas
reivindicações dos bancários e bancárias.
Por
esse motivo, a coluna intitulada “Uma greve afrontosa”, do jornalista Paulo
Sant’Ana, do dia 23 de outubro, é injusta, infamante e presta um desserviço à população
e atenta contra a própria liberdade de comunicação que defendemos. O texto da
coluna do jornalista é carregado de adjetivações, preconceitos e atribui a
responsabilidade pela greve exclusivamente ao que ofensivamente considera como
uma “vagabundagem” dos empregados do Banrisul.
O
tom do artigo jornalístico é uma absurda injustiça, pois ele esquece por
completo que uma greve nunca é responsabilidade de apenas uma das partes. A
greve, como um instrumento de equilíbrio do poderio patronal na mesa de negociações,
só é utilizada quando as negociações fracassam. A paralisação conta com a
participação efetiva dos bancários e bancárias do Banrisul, que estão
participando das assembleias e demais atividades inerentes ao movimento
paredista e não estão “em férias” como de maneira inverídica e desrespeitosa
alega o jornalista.
Quando
uma tentativa bilateral fracassa, a exemplo da negociação coletiva, considera-se
insensato e desrespeitoso à população leitora responsabilizar apenas uma das
partes por tal insucesso. Não é demais lembrar, neste caso, que a categoria está
reivindicando direitos legítimos e que são apenas uma pequena parte do que
merecem os bancários e bancárias, frente aos grandes lucros auferidos pelo
banco.