24/12/2014
e 25/12/2014 | N° 18023 -
FESTAS
AFETO A DISTÂNCIA
Longe do estresse de final de
ano
Praticante
de meditação transcendental há mais de 35 anos, a psicóloga Ana Maria Rossi
também escolheu destinos asiáticos para o período de férias. A especialista em
estresse costuma viajar nesta época para que o atendimento aos pacientes, em
Porto Alegre, não seja prejudicado. Como quase todo mundo faz uma pausa para
aproveitar os festejos de Natal e Ano-Novo, Ana Maria aproveita para descansar.
No Vietnã e no Camboja, ela quer conhecer mais da meditação budista.
– É
uma forma de recarregar as baterias. Lá não tem essa tradição de Natal. É isso
que eu queria: novas experiências – explica a psicóloga, que neste dia 24
estará na vietnamita Ho Chi Minh (Saigon) para conhecer, perto dali, os túneis
de Cu Chi, base de ataque para os vietcongues durante a Guerra do Vietnã, nos
anos 1960 e 1970.
Trata-se
do Natal mais exótico de uma extensa carreira de viajante, mas o significado da
data se desgastou para Ana Maria há algum tempo. Durante os 16 anos em que
viveu nos Estados Unidos, a terapeuta não conseguiu viajar para ver a família
no Brasil para as celebrações de dezembro. A tradição acabou enfraquecendo.
–
Ano retrasado, passei na Chapada dos Veadeiros, em Goiás. Ano passado, em Capão
Novo, com amigas de colégio. Viajar é uma excelente alternativa – conta.
INTEGRAÇÃO
PARA FUGIR DA SOLIDÃO
De
acordo com pesquisa da associação que Ana Maria preside, a International Stress
Management Association (Isma-BR), o estresse pode aumentar até 75% entre a
segunda semana de novembro e o primeiro dia de janeiro. Contribuem para exaltar
os ânimos, o acúmulo de tarefas e pendências, o excesso de compromissos sociais
e o clima de confraternização que, muitas vezes, força as pessoas a estarem na
companhia de quem não desejam. A solidão também é um desses fatores. Para quem
está longe dos familiares, em uma cidade estranha, é importante tentar se
integrar ou pelo menos improvisar um programa para que a data não represente um
suplício.
–
Nesta época, as pessoas tendem a fazer um inventário de perdas. O Natal as
deixa mais tristes. Pode-se arranjar todas as razões do mundo para ser infeliz
– adverte a psicóloga. – O Ano-Novo tende a aumentar a sensação de culpa, “o
que eu não consegui fazer”, e ansiedade com o que vem pela frente. Mas é
importante se dar conta de que, a partir de 1º de janeiro, a vida retorna ao
normal.
PROGRAME-SE
- O
melhor para quem está longe da família é procurar opções para a noite de 24 de
dezembro. Tente se encaixar em algum programa. Ainda há tempo para se
organizar.
-
Quem teve perdas ou não está feliz no momento tem o direito de se resguardar. O
importante é não deixar a data passar totalmente em branco. Se não quiser estar
com outras pessoas, invente um passatempo.
- A
demonstração do afeto genuíno é recompensadora. Vale brincar com o bicho de
estimação.
-
Seja realista. Expectativas muito altas tendem a resultar em frustrações. Seja
flexível e criativo para contornar imprevistos.
-Mude
de foco. Mesmo que o tema Natal seja onipresente, reserve tempo para atividades
relaxantes.
FFonte:
Ana Maria Rossi, presidente da Isma-BR