
Se não fosse erro, recuo não estaria em pauta
Além de negar que a edição do decreto de aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) tenha sido um erro do governo, o presidente Lula tentou demonstrar ontem que a medida foi adotada exclusivamente por iniciativa do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no "afã de dar uma resposta logo à sociedade".
Ora, se não fosse um erro, por que o governo estaria agora analisando a revogação da medida? E se houve precipitação na Fazenda, por que o governo não impediu que fosse adiante?
Não foi improviso
Embora Lula e alguns ministros tentem se eximir de qualquer responsabilidade, o aumento do IOF não foi improviso. A medida foi discutida amplamente na cúpula do governo, inclusive "na mesa do presidente", segundo relato de Haddad.
Diante da forte reação no setor privado e do descontentamento inclusive na base governista no Congresso, Lula optou por minimizar a importância do decreto, jogar o ministro à arena de críticas e exigir uma solução mágica no tortuoso caminho de busca do equilíbrio fiscal.
Dinheiro público
Não à toa, Lula passou longos minutos da entrevista concedida na terça-feira de manhã desenhando céu azul e sem nuvens no horizonte. O presidente elencou uma série de políticas públicas já em vigor ou que ainda serão adotadas.
Em comum? A necessidade de dinheiro público para financiá-las. O dinheiro que, sozinho, Haddad tentará encontrar. _
Esta coluna contém informação e opinião
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