segunda-feira, 19 de maio de 2014


19 de maio de 2014 | N° 17801
ARTIGO - Lelé Guerra*

A COPA DO MUNDO É NOSSA

Muito se tem ouvido falar sobre a Copa ser realizada no Brasil. O evento nem começou e esse papo já cansou. A verdade é que agora é tarde. As manifestações contra deveriam ter sido feitas lá atrás, quando o Brasil se candidatou a ser a sede da grande festa do futebol. Agora é hora de quebra-quebra, passeatas, boicotes e tumultos?

Será que realmente a Copa é a culpada pela falta de investimento em hospitais e escolas? O dinheiro gasto poderia ser investido nesses setores. Poderia mesmo? Se a Copa fosse em qualquer outro país do mundo, as coisas seriam diferentes por aqui? Será que nada de positivo a Copa trará para nosso país?

Se o bom senso não foi usado pelos responsáveis lá em 2003, quando Brasil, Argentina e Colômbia se candidataram ao posto de anfitrião, que o usemos agora.

Receber bem o turista, evitar protestos, fazer bonito. Colorir, lentamente, nosso país de verde e amarelo. Que possamos realmente aproveitar o que o evento pode nos trazer de bom. A aproximação de diferentes culturas, a alegria e a paz nas torcidas, a crença na força de um grupo. Não importa a idade, nem a raça. Criança, jovem, idoso. Negro, branco, vermelho ou amarelo. Tanto faz a profissão: doutor, professor, músico, comerciante, jornalista. Colorado ou gremista.

Seremos, literalmente, durante um mês, entendedores absolutos do ofício. Impedimento, escanteio, tiro de meta, pênalti, oitavas de final. Palavras que incorporaremos ao nosso dia a dia e que irão permeando o papo no trabalho, no ônibus, na banca de jornal, dentro do elevador.

O mundo, durante um mês, deixará de ser achatado nos polos e passará a ter a forma de uma esfera perfeita com seus seis gomos, que aguarda o momento de rolar para o fundo das redes. E, nessa hora, que ecoe por todo o país o grito: “Gol do Brasil!”.



*PROFESSORA, PEDAGOGA MULTIMEIOS E ESCRITORA