sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Jaime Cimenti

Contos de fadas e submundo do crime

Vermelho como o sangue (Novo Conceito, 240 páginas, R$ 29,90, tradução de Bárbara Menezes), romance da jovem escritora finlandesa Salla Simuka, é o primeiro volume da trilogia da Branca de Neve. Branco como a neve e Preto como o ébano são os outros títulos da obra, que foi best-seller na Finlândia e que teve seus direitos vendidos para mais de 40 países.

Salla nasceu em Tampere, já recebeu vários prêmios, é tradutora e roteirista de TV e estudou filosofia, literatura e escrita criativa. Vermelho como o sangue marca sua estreia no Brasil e mostra a habilidade e a sedução narrativa da autora, mesclando a pureza da personagem dos contos de fadas com o submundo do crime organizado.

A narrativa mostra a trajetória de uma menina que aprendeu a ter medo. No congelante inverno do Ártico, Lumikki Anderson encontra uma incrível quantidade de notas manchadas de vermelho, ainda úmidas, penduradas para secar no laboratório de fotografia da escola. Cédulas respingadas de sangue.

Aos 17 anos, Lumikki vive sozinha, longe de seus pais e do passado que deixou para trás. Em uma conceituada escola de arte, ela se concentra nos estudos, alheia aos flashes, à fofoca e às festinhas dominadas pelos garotos e garotas perfeitos.

Depois que se envolve, sem querer, no caso das cédulas sujas de sangue, Lumikki é arrastada por um turbilhão de eventos, que se mostra cada vez mais ameaçador quando as provas apontam para policiais corruptos e para um traficante perigoso, conhecido pela brutalidade que aplica em seus negócios. O corpo sem vida de uma garota quase de sua idade, um comportamento mais que suspeito de seus colegas de classe e outros detalhes terríveis acabam com a paz de Lumikki.


Presas numa teia de mentiras e perigo, a solitária Lumikki, ou “Branca de Neve”, transforma-se no alvo de uma quadrilha internacional.  A menina perde o controle sobre o mundo em que vive e descobre que estava cega diante das forças que a puxavam para o fundo. Quando o sangue mancha a neve, o tempo corre veloz contra ela, que tenta salvar os amigos e a si mesma. Um thriller arrebatador, que atrai o leitor para o silêncio do frio nórdico. O romance foi classificado pelo Kirkus Reviews como uma conspiração claustrofóbica. Por aí mesmo.