Jaime Cimenti
Contos de fadas e submundo do
crime
Vermelho
como o sangue (Novo Conceito, 240 páginas, R$ 29,90, tradução de Bárbara
Menezes), romance da jovem escritora finlandesa Salla Simuka, é o primeiro
volume da trilogia da Branca de Neve. Branco como a neve e Preto como o ébano
são os outros títulos da obra, que foi best-seller na Finlândia e que teve seus
direitos vendidos para mais de 40 países.
Salla
nasceu em Tampere, já recebeu vários prêmios, é tradutora e roteirista de TV e
estudou filosofia, literatura e escrita criativa. Vermelho como o sangue marca
sua estreia no Brasil e mostra a habilidade e a sedução narrativa da autora,
mesclando a pureza da personagem dos contos de fadas com o submundo do crime
organizado.
A
narrativa mostra a trajetória de uma menina que aprendeu a ter medo. No
congelante inverno do Ártico, Lumikki Anderson encontra uma incrível quantidade
de notas manchadas de vermelho, ainda úmidas, penduradas para secar no
laboratório de fotografia da escola. Cédulas respingadas de sangue.
Aos
17 anos, Lumikki vive sozinha, longe de seus pais e do passado que deixou para
trás. Em uma conceituada escola de arte, ela se concentra nos estudos, alheia
aos flashes, à fofoca e às festinhas dominadas pelos garotos e garotas
perfeitos.
Depois
que se envolve, sem querer, no caso das cédulas sujas de sangue, Lumikki é
arrastada por um turbilhão de eventos, que se mostra cada vez mais ameaçador
quando as provas apontam para policiais corruptos e para um traficante
perigoso, conhecido pela brutalidade que aplica em seus negócios. O corpo sem
vida de uma garota quase de sua idade, um comportamento mais que suspeito de
seus colegas de classe e outros detalhes terríveis acabam com a paz de Lumikki.
Presas
numa teia de mentiras e perigo, a solitária Lumikki, ou “Branca de Neve”,
transforma-se no alvo de uma quadrilha internacional. A menina perde o controle sobre o mundo em
que vive e descobre que estava cega diante das forças que a puxavam para o
fundo. Quando o sangue mancha a neve, o tempo corre veloz contra ela, que tenta
salvar os amigos e a si mesma. Um thriller arrebatador, que atrai o leitor para
o silêncio do frio nórdico. O romance foi classificado pelo Kirkus Reviews como
uma conspiração claustrofóbica. Por aí mesmo.