sábado, 13 de dezembro de 2014


14 de dezembro de 2014 | N° 18013
ARTIGOS ZH

DIRETAMENTE DO FRONT-END DA REVOLUÇÃO DIGITAL

Front-end são as imagens que aparecem em nossos computadores, smartphones, tablets, enfim, na maioria das telas dos eletrônicos que utilizamos diariamente. É por ele que entramos para realizar, por exemplo, operações em sistemas de internet banking, lojas virtuais ou em videogames. Deu pra entender?

Mal comparando, o front-end seria a pele, os olhos, o cabelo, enfim, a cara do sistema. É tudo o que fica entre o usuário e o back-end, que seria o estômago, o cérebro, o coração, ou seja, tudo o que faz o corpo do sistema funcionar.

Eu tenho muitos amigos que, quando falam de JavaScript, Visual Basic, jQuery (eu disse Query e não Quest) e de outras inacreditáveis linguagens computacionais, não conseguem disfarçar um certo brilho no olho. Acho tudo isso bárbaro, mas o que me fascina mesmo são as profundas mudanças que essas ferramentas têm produzido no comportamento de bilhões de pessoas no mundo inteiro. Aliás, eu vou dizer uma coisa que vai fazer os meus queridos amigos dos códigos torcerem os seus narizes: eu estou cada vez mais convencida de que a face mais revolucionária da era digital não está na tecnologia, mas no comportamento humano impactado por ela.

Vocês querem um bom exemplo? O resgate crescente, no mundo todo, de fundamentos sociais como a colaboração, o compartilhamento e a transparência. Eles estão hoje na raiz de grande parte das mais novas e incríveis iniciativas e formas de geração de riqueza.

Ano passado, fui até o front-end da revolução digital para investigar o comportamento atual e futuro de quem produz, distribui e consome informação. Visitei os maiores centros de inovação do mundo, grandes jornais, startups e alguns dos melhores laboratórios de desenvolvimento tecnológico no Brasil e nos Estados Unidos.

Conversei longamente com os revolucionários mais respeitados e seguidos do nosso tempo, gente que desenvolve tecnologias, desenha cenários de futuro, lança negócios milionários e analisa o impacto da revolução digital na vida das pessoas. Mais de 300 horas de entrevistas.

Semana que vem, grande parte desse conteúdo já estará disponível para quem acessar o endereço: www.thecommunicationrevolution.com.br. Digo grande parte porque, obedecendo a outra lógica do novo mundo, a lógica BETA, o estudo ainda vai receber dezenas de entrevistas que estão sendo legendadas, e indexadas, além de novas gravações que serão produzidas no próximo ano, quando a investigação cruzar o Atlântico em busca de outras vozes.

Eu não preciso dizer, mas faço questão de dizer, que estou muito orgulhosa desse trabalho e, principalmente, dos rumos que ele irá tomar a partir da próxima terça-feira.

The Communication (R)evolution vai ser acessado por universitários do mundo inteiro e esperamos que o estudo provoque muita reflexão e debate, afinal, assunto não vai faltar. TC(R) também estará disponível para profissionais e empresas da indústria da comunicação, da qual faz parte o Grupo RBS, que incentivou e patrocinou o projeto, reafirmando o seu compromisso com a inovação e com a educação.

Provavelmente, para algumas pessoas isso pode parecer demagógico. Mas não se trata de demagogia. O próprio estudo nos ensina que neste novo mundo aprender sozinho é obsceno.

Quando conversei com Vint Cerf, um dos pais da internet, ele me disse que, mais poderoso do que o conhecimento, só mesmo o conhecimento compartilhado. Estávamos em Salt Lake City, no meio do deserto, em um complexo turístico que mais parecia uma miragem.

Vint Cerf é hoje uma espécie de embaixador do Google e viaja o mundo conversando com as pessoas sobre a importância da preservação da internet como um território livre e sem fronteiras.

Graças a personagens como ele, a revolução digital avança inteira com front e back-end, com cara e coração.


Cineasta flavia.moraes@gruporbs.com.br