sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

REPRODUÇÃO/JC

O pequeno príncipe em nova tradução

Livros podem não mudar o mundo, mas eles, muitas vezes, transformam pessoas e elas dão novos rumos para a humanidade e propõe caminhos diferentes para o planeta. É bem e, especialmente, o caso de O pequeno príncipe (L&PM Editores, 96 páginas, R$ 16,90, e L&PM Pocket, 96 páginas, R$ 9,90), obra máxima do imortal francês Antoine de Saint-Exupéry (1900-1944), que foi publicada inicialmente em 1943, nos Estados Unidos, em francês e inglês.

Traduzido e publicado em mais de 250 línguas e dialetos, o livro é um dos maiores best-sellers mundiais e a obra mais lida e traduzida em francês. O autor também escreveu, entre outros, Terra dos homens e Voo noturno, ambos premiados. Saint-Exupéry foi piloto na aviação comercial, depois na Força Aérea Francesa e, após, foi morar nos Estados Unidos. Ele desapareceu num voo de reconhecimento, em meados de 1944, sobre o Mediterrâneo. Somente em 1988, sua pulseira de identificação foi localizada. Dois anos depois, os destroços de sua aeronave foram encontrados.

A narrativa de O pequeno príncipe se inicia com um piloto isolado no deserto do Saara, que acorda e se depara com um garotinho loiro dizendo “desenhe uma ovelha para mim”; é obra que passou pelo julgamento do tempo e por gerações e gerações de leitores. Não por acaso, está em segundo lugar na lista dos mais vendidos da Revista Veja de 28 de janeiro deste ano.

As duas edições, convencional e de bolso, que a L&PM oferece aos leitores brasileiros com as ilustrações em cores do autor, contam com nova e cuidadosa tradução da especialista Ivone C. Benedetti. Foram corrigidos vários erros presentes em edições anteriores.

A narrativa fala de pessoas, de natureza, de amor, de vida, de tempo, de morte, de flor, de laços, afeto, dinheiro, vaidade, serpente, de manias de gente grande, de estrelas e trabalho. Temas, como se vê, de ontem, hoje e sempre. Eternos como o sol, a lua, o mar, o deserto, a aurora e o entardecer.

A comovente história tem servido de inspiração para os leitores de todas as idades buscarem pensamentos, ações e caminhos melhores. Serve para irem atrás de suas verdades e de seus sonhos. As mensagens, a forma como foi escrita e o tom que vai além do poético respondem, mas não totalmente, pela permanência do livro em todo o planeta. É muito. É para sempre.


Boa leitura para esses tempos de tantas mudanças, inovações tecnológicas, consumo desvairado, vaidades de tamanho amazônico, egos de porte oceânico e de relações tão violentas e precárias entre os humanos. O Nobel da Paz para O pequeno príncipe é pouco