REPRODUÇÃO/JC
O pequeno príncipe em nova tradução
Livros
podem não mudar o mundo, mas eles, muitas vezes, transformam pessoas e elas dão
novos rumos para a humanidade e propõe caminhos diferentes para o planeta. É bem
e, especialmente, o caso de O pequeno príncipe (L&PM Editores, 96 páginas,
R$ 16,90, e L&PM Pocket, 96 páginas, R$ 9,90), obra máxima do imortal francês
Antoine de Saint-Exupéry (1900-1944), que foi publicada inicialmente em 1943,
nos Estados Unidos, em francês e inglês.
Traduzido
e publicado em mais de 250 línguas e dialetos, o livro é um dos maiores best-sellers
mundiais e a obra mais lida e traduzida em francês. O autor também escreveu,
entre outros, Terra dos homens e Voo noturno, ambos premiados. Saint-Exupéry
foi piloto na aviação comercial, depois na Força Aérea Francesa e, após, foi
morar nos Estados Unidos. Ele desapareceu num voo de reconhecimento, em meados
de 1944, sobre o Mediterrâneo. Somente em 1988, sua pulseira de identificação
foi localizada. Dois anos depois, os destroços de sua aeronave foram
encontrados.
A
narrativa de O pequeno príncipe se inicia com um piloto isolado no deserto do
Saara, que acorda e se depara com um garotinho loiro dizendo “desenhe uma
ovelha para mim”; é obra que passou pelo julgamento do tempo e por gerações e
gerações de leitores. Não por acaso, está em segundo lugar na lista dos mais
vendidos da Revista Veja de 28 de janeiro deste ano.
As
duas edições, convencional e de bolso, que a L&PM oferece aos leitores
brasileiros com as ilustrações em cores do autor, contam com nova e cuidadosa
tradução da especialista Ivone C. Benedetti. Foram corrigidos vários erros
presentes em edições anteriores.
A
narrativa fala de pessoas, de natureza, de amor, de vida, de tempo, de morte,
de flor, de laços, afeto, dinheiro, vaidade, serpente, de manias de gente
grande, de estrelas e trabalho. Temas, como se vê, de ontem, hoje e sempre. Eternos
como o sol, a lua, o mar, o deserto, a aurora e o entardecer.
A
comovente história tem servido de inspiração para os leitores de todas as
idades buscarem pensamentos, ações e caminhos melhores. Serve para irem atrás
de suas verdades e de seus sonhos. As mensagens, a forma como foi escrita e o
tom que vai além do poético respondem, mas não totalmente, pela permanência do
livro em todo o planeta. É muito. É para sempre.
Boa
leitura para esses tempos de tantas mudanças, inovações tecnológicas, consumo
desvairado, vaidades de tamanho amazônico, egos de porte oceânico e de relações
tão violentas e precárias entre os humanos. O Nobel da Paz para O pequeno príncipe
é pouco