27 de junho de 2015 | N° 18207
EDITORIAL
PARCERIA ESSENCIAL
A presidente Dilma Rousseff chega aos Estados Unidos neste sábado
com a missão de resgatar a confiança dos norte-americanos no Brasil e
fortalecer uma parceria econômica essencial para a recuperação do país. É um
desafio e tanto, considerando-se a conjuntura nacional e as incertezas que as
indecisões do governo vinham transmitindo aos investidores.
É uma oportunidade também para que se inicie uma nova etapa
nas relações com os americanos, quase dois anos depois de a presidente ter
cancelado uma viagem a Washington em represália às denúncias de que organismos
daquele país espionavam atividades governamentais e empresariais do Brasil.
Essa é uma questão superada. Importa que o governo de Barack
Obama já enviou fortes sinais de que o tratamento à delegação brasileira será diferenciado.
A comitiva ficará hospedada na Blair House, onde são acolhidos os visitantes
considerados especiais.
Mesmo que as principais medidas do governo brasileiro, no
sentido de corrigir a rota da economia, ainda dependam da aprovação do
Congresso para implementação, sabe-se que não só os americanos, mas
investidores de outros continentes, têm percebido mudanças na conduta do
Planalto. Essa é a mensagem que a senhora Dilma Rousseff e seu ministros, em
especial o titular da Fazenda, devem levar a Washington.
Trata-se, portanto, de muito mais do que uma missão da
diplomacia. As autoridades brasileiras terão, em pelo menos quatro dias, a
chance de conversar diretamente com empreendedores, em reuniões e seminários, e
apresentar o mais recente programa de investimentos, de cerca de R$ 200 bilhões
em infraestrutura. A expectativa é de retomada das relações em alto nível, para
que os impasses dos últimos anos sejam finalmente esquecidos e os americanos
contribuam para o início da recuperação da economia nacional.