11 de junho de 2015 | N° 18190
L. F. VERISSIMO
O
melhor
Um torcedor do Barcelona tem todo
o direito a sua euforia, mas dizer que o time dele é o melhor da História...
Será? Essas comparações são imprecisas. Não dependem nem de você ter visto
jogar ou sabido da existência de todos os maiores times do mundo nos últimos,
digamos, 65 anos (a partir de 50), porque seu julgamento será sempre subjetivo,
além de influenciado pela tendência natural dos velhos a acharem que
antigamente tudo era melhor.
As comparações também perdem o
sentido porque o futebol jogado hoje não é o mesmo jogado anos atrás. É, mesmo,
um passatempo inútil mas atraente especular sobre que craques brilhantes do
passado teriam o mesmo brilho jogando com a marcação e o treinamento vigorosos
de agora.
Mas, vamos lá. Quais foram os Barcelonas do passado, ou quem no passado foi melhor do que o Barcelona de hoje? O primeiro que vem à mente é o Santos da melhor época do Pelé, o time que levava quatro e fazia seis. Esse eu vi jogar, na época em que o Santos enchia o Maracanã contra qualquer adversário. Seleção vale?
Mas, vamos lá. Quais foram os Barcelonas do passado, ou quem no passado foi melhor do que o Barcelona de hoje? O primeiro que vem à mente é o Santos da melhor época do Pelé, o time que levava quatro e fazia seis. Esse eu vi jogar, na época em que o Santos enchia o Maracanã contra qualquer adversário. Seleção vale?
Teve a legendária seleção da
Hungria de Puskás, a do Brasil de 58 e 62, com Garrincha e companhia, e –
esquecidos os vexames – a de 50, com Zizinho, Ademir etc., e a de 82, com Zico,
Sócrates e Falcão. Teve o holandês Ajax de Cruyff, o Real Madrid de Coppa,
Puskás e Di Stéfano, o inglês Leeds, que durante algum tempo, até desaparecer
do mapa, foi modelo de futebol moderno... Estou, claro, esquecendo outros 17
times que disputariam o título de melhor da História com o atual Barcelona.
O que talvez fizesse a diferença num hipotético torneio pelo título seria o Trio Maravilha do Barcelona, Messi, Neymar e Suárez, o Roedor, uma combinação de talentos rara na História não só pela sua qualidade, mas pela sua sincronia.
O que talvez fizesse a diferença num hipotético torneio pelo título seria o Trio Maravilha do Barcelona, Messi, Neymar e Suárez, o Roedor, uma combinação de talentos rara na História não só pela sua qualidade, mas pela sua sincronia.
Os três adotaram o estilo
Alexandre Dumas de jogar futebol, um pelos três e os três por um, e não
aconteceu o que se temia, um choque de vaidades que prejudicaria os três. Messi
aceitou os outros dois mosqueteiros, para alegria da nação catalã. Messi tem
corpo de anão de jardim, Neymar é aquele fiapo, o Roedor é o único com as
medidas clássicas de um atacante. Até fisicamente os três se completam.
Agora, melhor da História? Sei não.
Agora, melhor da História? Sei não.